O episódio #10 do almasculina” traz uma seleção de alguns do melhores momentos da temporada 2019 das conversas com os nossos convidados sobre paternidade, equidade de gênero, racismo… Sempre relacionados à suas visões sobre as masculinidades.
E relembramos também a participação dos psicanalistas Malvina Muszkat (@malvinamuszkat) e Ricardo Goldenberg (@bergue55) no “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos.
Ouça aqui o episódio na íntegra:
– Assista trechos inéditos de algumas das conversas da temporada 2019 no nosso canal no Youtube
ASPAS
– Autocompaixão, de Kristin Neff
ESCUTA AQUI
– Paulo Azevedo relembra uma dica: ouvir o episódio #209 do podcast Mamilos, “Homem Pai”
LUGARES COMUNS com Malvina Muszkat
“Você tem uma espécie de domesticação nos processos de socialização, de aculturação. Até um certo momento da sua vida você não tem muitas escolhas. Se você quer ser aceito pela sociedade tem que aceitar aqueles símbolos, aqueles princípios, aquelas ideias. Tanto que você vê muitos jovens, praticando suicídio porque eles não cabem nos preceitos que eles foram definidos. Mas se eu fosse procurar um fator comum do que é virar homem, tornar-se homem, eu diria que é a castração dos afetos. Porque, na verdade, você vê a teoria psicanalítica pra quem conhece fala da castração do pênis etc. O que é a castração do pênis? A castração do pênis, simbolicamente, é não poder exercer a sua masculinidade. Agora, o que é a masculinidade pra essa visão? É ser forte. É não ter sofrimento ou não expor o sofrimento. É não expor sofrimento, nem chorar, nem se emociona. Então, o que se espera daquele sujeito pra ser um homem? Que ele seja uma pessoa fria, que ele não exponha sentimentos que o igualem aos sentimentos de uma mulher porque aí tem todo o caráter da homofobia que é que faz de um homem um homem. Então, porque que não pode chorar? Porque as mulheres fazem isso. Então, a identidade masculina é uma identidade muito frágil porque ela é construída em cima de uma mentir, ela é construída em cima de uma ideia de que homem não sofre, o homem é forte, ele sabe como resolver os problemas dele, ele sabe defender a família, dele quer dizer, eu acho que quando começou a humanidade o homem saia e caçava, ele tinha que usar os músculos, tinha que ser forte mesmo porque a mulher estava parindo e tendo que cuidar da cria. Mas peraí: o fato de você ter músculos, uma capacidade corporal com mais força não quer dizer que você não tenha o direito de não ter sofrimento nenhum. Então, o que você hoje, alias, não é hoje, as pesquisas estão voltadas pra isso: que os homens são os que ficam mais doentes, morrem mais cedo, se suicidam mais justamente porque um menino, se ele estiver sofrendo, com vontade de chorar, vai ser muito mal visto pela própria família e, principalmente, pelo pai que vai se sentir envergonhado e até as mães, viu? Eu tenho trabalhado muito com mães de meninos e elas tem muita dificuldade de aceitar a depressão de um filho, por exemplo. É muito fácil aceitar a depressão de uma menina, que chora, põe ela no colo, coça as costas, aquela coisa toda. E o menino se estiver deprimido tem que engolir aquela emoção. Então, qual é o único sentimento que vai sobrar pra ele: a raiva. Então, ele vai ter que transformar aquele sofrimento numa reação raivosa e muito possivelmente violenta”.
almasculina é feito por:
Idealização, produção, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial)
Trilha sonora original, gravação e mixagem: Conrado Goys (@conza01)
Identidade visual e arte: Glaura Santos (@glaurasantos)
Fotos e registro em vídeo: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia)
Colaboração: Suacompanhia (@suacompanhiateatro)
Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br)
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