Com o ator e ativista ambiental Mateus Solano, com a participação especial da atriz e cineasta Paula Braun e do psicanalista Ricardo Goldenberg.
O episódio de estreia do almasculina” traz uma conversa com o ator e ativista ambiental Mateus Solano (@mateusolanooficial) sobre carreira, paternidade, vida a dois e familiar… Sempre relacionados à sua visão sobre as masculinidades.
A atriz e cineasta Paula Braun (@paulabraunoficial) faz uma participação mais que especial falando sobre a convivência com Mateus (estão juntos desde 2008, pais de 2 filhos: Flora e Benjamin), machismo, entre outros.
O psicanalista Ricardo Goldenberg (@bergue55) é o nosso convidado no “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos.
Ouça aqui o episódio na íntegra:
ASPAS
– Autocompaixão, de Kristin Neff
ESCUTA AQUI
– Fechando o mês dos pais, Paulo Azevedo recomenda o episódio #209 do podcast Mamilos, “Homem Pai”
– Mateus Solano indicou o filme francês “Eu Não Sou Um Homem Fácil” (2018), de Éléonore Pourriat, disponível no Netflix
– Ele ainda indicou se informar e fazer parte dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
– Você já assistiu o novo comercial da Gillette que comentamos neste episódio?
LUGARES COMUNS com Ricardo Goldenberg
“Eu entendo que responder com uma resposta identitária é estar condenado a um mal-entendido de saída irreversível, ou seja, pouco importa, qual é a minha linha, leia-se o que que eu sou. A questão é como eu te ouço e se você se sente escutado por mim. Então, pra mim, as reinvindicações identitárias são neuróticas e sempre por definição e um contrassenso, ou seja, o ideal de uma análise terminada, finda, seria eu não diria eliminar porque não é possível, mas no mínimo relativizar as tuas identidades. Toda afirmação identitária é criar um segmento, é uma autosegregação. Dirão segregação do bem. Pra mim toda segregação é do mal, sem exceção, opinião pessoal, né? Então neste sentido creio que as lutas identitárias deveriam ir na direção contrária à de abolir as diferenças tomadas como de um modo pejorativo. Pense o seguinte, por lógica. Se a gente começa a criar classes cada vez menores a partir das particularidades porque, digamos sou um conjunto de predicados: homem, branco, judeu, argentino, psicanalista, pai de meu filho, ex-marido das milhas ex-mulheres, namorado de X, quase naturalizado brasileiro, e lá vai… N, digamos, nenhuma dessas determinações esgotaria meu ser, ente aspas, mas aí você vai criando classes cada vez menores pra que as pessoas tenham cada uma seus escaninhos. No fim, por lógica, vai estar todo mundo isolado, cada um vai ser o único membro dessa classe que eu represento como único, ninguém mais vai conversar com ninguém e vai ser um mundo que parece um seriado de Black Mirror. Eu iria na direção contrária, na direção que não se faça essa confusão entre… O problema é o tratamento pejorativo da diferença. Diferença não é pejorativo por natureza. Desigualdade e diferença não são sinônimas. Vamos lá: sim, ou seja, é fato que por uma marca diferencial historicamente se produz uma desigualdade. Eu não contesto isso porque seria besta não o contestar, mas a confusão entre diferença e desigualdade me parece catastrófica. Terminar com a desigualdade que já tem leis pra isso é uma campanha política. Eu assino embaixo obviamente. Agora, por que não continuar operando com a diferença como diferença e não como desigualdade. Eu digo que o cidadão que o cidadão é assexuado. O cidadão é um anjo, digamos assim, o anjo sem sexo, ou pelo menos deveria ser, frente a lei é apenas um voto, com todas as leis garantida pela constituição. Portanto, o cidadão não pode ser marcado de diferença alguma, sim? Se de fato acontecesse que todo é tratado como cidadão acabaria a necessidade das lutas identitárias. O problema é que não acontece. Tem cidadãos de primeira, de segunda, de terceira. Essa é uma luta política com a qual eu não apenas concordo, mas contribuo com tudo que eu puder. Agora, isto posto, nós não somos anjos. Somos sexuados e estamos marcados pela diferença e não vejo porque fazê-las valer como diferenças. Então, definir a masculinidade já é colocar num saco de gatos coisas completamente diversas”.
almasculina é feito por:
Idealização, produção, roteiro e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial)
Trilha sonora original, gravação, edição e mixagem: Conrado Goys (@conza01)
Identidade visual e arte: Glaura Santos (@glaurasantos)
Colaboração: Suacompanhia (@suacompanhiateatro)
Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br)
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