Com o fundador do Prazerele, Claudio Serva, e a participação especial do cientista PhD e Co-host Podcast Naruhodo Altay de Souza

O episódio #41 – Parte 1 do @almasculina com o fundador do Prazerele, Claudio Serva (@claudioserva), que fala sobre referências de masculinidades, sexualidade, machismo, pornografia… Sempre relacionados à sua visão sobre as masculinidades.

O cientista PhD e Co-host Podcast Naruhodo Altay de Souza (@altayals) é o nosso convidado no “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos.

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– Ouça aqui o episódio na íntegra:

– Assista à gravação na íntegra no nosso canal no Youtube!

ASPAS 

– Artigo “Um exercício para ampliar a sensibilidade e o repertório na vida sexual”, de Claudio Serva, publicado no Papo de Homem:

Nós humanos somos seres integrais, com isso quero dizer que nós temos 5 sentidos, todos com a função de nos ajudar a compreender o que acontece internamente e externamente ao nosso corpo: prazer, dor, cheiros, beleza, sensações agradáveis e desagradáveis. Com frequência nós usamos os nossos sentidos apenas para sobreviver e não para superviver.

Suprimimos a supervivência dos nossos sentidos, o desfrute, muitas vezes pela correria da vida, pela necessidade de sobreviver. E, claro, acabamos repetindo esse comportamento com a nossa intimidade. Não nos conectamos conscientemente com o cheiro do nosso parceiro ou parceira, por exemplo, ou com os sabores daquela pessoa. Não nos conectamos com o olhar — tanto no sentido de perceber a pessoa junto de você, quanto no sentido de perceber internamente o que você tá sentindo.

Essa educação para a sobrevivência, somada às referências da pornografia, conduz e constrói um homem que acaba sendo pouco conectado com os sentidos, até porque “homem que é homem não pode chorar”. Não se pode pode sentir e, se o fizer, será chamado de “viado” no sentido mais pejorativo possível.

No lugar de sentir conscientemente com todas as nuances, possibilidades e potência dos nossos sentidos, nós limitamos muito o sentir do corpo ao genital e o prazer vai parar na fantasia. Isso cria um falso centro sexual na sua mente, que é quando você precisa sair da percepção real dos sentidos e fantasiar pra ter prazer. Ou seja, quem tem prazer é sua mente e não seu corpo.

ESCUTA AQUI

Claudio Serva indicou:

– Documentário “O Silêncio dos Homens” (2019), dir. audiovisual de Luiza Castro e Ian Leite / uma iniciativa Papo de Homem:

O filme é parte de um projeto que ouviu mais de 40mil pessoas em questões a respeito das masculinidades e desembocou num documentário e num livro-ferramenta baseado nesse estudo com dados públicos por meio de um convênio com o Consórcio de Informações Sociais (CIS) da USP. Disponível no Youtube;

– Documentário “Precisamos falar com os homens?”  (2019), dir. audiovisual de Ian Leite e Luiza Castro / uma iniciativa ONU Mulheres e Papo de Homem:

No âmbito do movimento #ElesPorElas (HeForShe), o documentário “Precisamos falar com os homens? Uma jornada pela igualdade de gênero” procurará aproximar os homens desse tema tão importante. O objetivo é mostrar que a igualdade de gênero é uma questão que afeta a todos e todas e que, portanto, é benéfica a homens e mulheres. Nele investigamos como se formam, se sustentam e de que modo podemos desconstruir os estereótipos de gênero nocivos, que perpetuam o nosso cenário atual. O documentário é resultado de uma pesquisa qualitativa que rodou o Brasil e será complementado pela pesquisa quantitativa online ainda em curso. A desigualdade de gênero é uma das violações mais persistentes de direitos humanos do nosso tempo. Ainda que estejamos caminhando para uma realidade mais igualitária entre homens e mulheres, ainda há muito a se construir. Disponível no YouTube;

– Documentário “A Máscara em que Você Vive” (2015), de Jennifer Siebel Newsom:

Imprescindível para quem quer pensar as masculinidades, o filme traz à tona a importantíssima reflexão sobre o paradigma da educação machista, inclusive destacando quanto sofrimento ela causa aos meninos – e depois aos homens adultos –, que são pressionados a atender às expectativas da sociedade e a ser o que se considera um homem bem-sucedido;

– Livro “Sob a Sombra de Saturno: uma Perspectiva Junguiana”, de James Hollis:

Saturno era o perverso deus romano que devorava seus filhos na tentativa de impedi-los de usurpar seu poder. Os homens, até hoje, sofrem a corrupção do poder, impulsionados pelo seu medo das mulheres e dos outros homens. Este livro elucida os ‘segredos’ que os homens trazem no seu coração e ajuda-nos na libertação das piores influências do patriarcado, Citado no ASPAS do episódio #41;

– Filme “Eu Não Sou um Homem Fácil” (2018), de Eléonore Pourriat:

O machista Damien acorda em um mundo onde as mulheres e os homens têm seus papéis invertidos na sociedade, e tudo é dominado por mulheres. Ele entra em conflito com La Coach, uma poderosa escritora. Disponível na Netflix;

– Filme “Tigre Branco” (2021), de Ramin Bahrani:

Baseado no best-seller do New York Times, “O Tigre Branco” conta a história de Balram Halwai e sua ascensão meteórica de aldeão pobre a empresário de sucesso, na Índia moderna. Astuto e ambicioso, nosso jovem herói consegue se tornar o motorista dos milionários Ashok e Pinky, que acabam de retornar da América. Tendo a sociedade o treinado para uma única função – a de servir – Balram tornou-se indispensável aos olhos de seus ricos patrões. Contudo, após uma noite de traição, ele entende o quão longe esses senhores estão dispostos a ir para se protegerem. Prestes a perder tudo, Balram se rebela contra um sistema fraudulento e desigual, buscando, de vez, sua autonomia. Disponível na Netflix;

E conhecer o Portal Papo de Homem e o Projeto Memoh.

Paulo Azevedo indicou:

Documentário “As mortes de Dick Jhonson” (2020), de Kirsten Johnson:

É um filme diferente que consegue falar sobre o luto de uma forma inusitada e cômica. Na história, Kirsten Johnson começa a imaginar qual será o efeito em sua vida quando seu pai morrer e para lidar com esse sentimento, ela passa o filme todo encenando possíveis mortes. A princípio essa ideia pode soar desanimadora e estranha, mas na verdade, a produção traz uma abordagem bonita, estimulante e diferente sobre a morte. Dick Johnson é um ser humano adorável e um pai adorável, e esta é uma peculiar homenagem a ele. ‘As Mortes de Dick Johnson’ é um filme interessante para ser visto acompanhado do seu pai e propõe uma reflexão para confrontarmos nossos medos sobre a morte e aceitar que ela é apenas parte do ciclo da vida. Fato é que Dick Johnson jamais morrerá, pois estará eternamente vivo no mundo cinematográfico. Disponível na Netflix.

– Filme “Delicada Atração” (Beautiful Thing – 1996), de Hettie Mac Donald:

Em um subúrbio do sudoeste de Londres, durante o verão, Jamie é um garoto pouco popular que abandona a escola para fugir do compromisso de jogar futebol. Ele é vizinho de Ste, um rapaz popular e atlético, que frequentemente apanha do pai alcoólatra e do seu irmão mais velho. Notícias sobre a violência sofrida por Ste sensibilizam a mãe de Jamie, Sandra, que o acolhe em sua casa, e o rapaz passa, então, a dividir o quarto com Jamie. A partir daí, os dois rapazes desenvolvem sentimentos um pelo outro, o que pode complicar ainda mais a relação de Ste com sua família. O filme é baseado na peça homônima escrita por Leonard Harvey, que a roteirizou para o filme de estréia de Hettie MacDonald (diretora da série “Normal People”).

– Filme “O Closet” (2001), de Francis Veber:

François Pignon é um homem que está divorciado há 2 anos, mas permanece apaixonado pela ex-mulher, que não quer mais falar com ele por considerá-lo chato. Seu filho também se mantém afastado por vontade própria e, para completar, Pignon está prestes a ser demitido. Deprimido com a vida, Pignon espalha o boato de sua falsa homossexualidade com a ajuda de seu vizinho, para evitar sua iminente demissão de seu trabalho, por medo da empresa de que isto provoque o protesto da ala homossexual da sociedade. Inicialmente relutante, já que não é homossexual, Pignon acaba aceitando o plano e vê sua vida modificar totalmente após as fotos se tornarem públicas.

Série “Sankofa – A África que Te Habita” (2020), de Rozane Braga:

A série fala sobre a escravidão com base em uma expedição feita por dez países africanos. Ao longo de 10 episódios, a série conta os detalhes de uma expedição feita pelo fotógrafo César Fraga e pelo historiador Maurício Barros de Castro. A ideia era conhecer melhor o “outro lado” da história da escravidão, bem como os laços que unem culturalmente o Brasil a esses países. Vale ressaltar que o Rio de Janeiro foi a cidade que mais recebeu africanos escravizados no mundo – cerca de 5 milhões. Disponível na Netflix.

E ainda foi citada a coluna #15 do blog do almasculina: “O Que Está Por Trás Da Pornografia?”. Ela traz dados e ótimas dicas pra refletir sobre esse tema, como, por exemplo: o podcast mamilos #188, com o título “a pornografia é vilã?”, que traz  dados impressionantes de 2018: 76% dos consumidores de pornografia no brasil são homens; 58% são jovens de até 35 anos; 49% são da classe b (média alta); e 68% são casados ou estão namorando. Em relação à formação, 49% têm ensino médio e 45% o ensino superior. Esse retrato se relaciona, diretamente com o acesso da população à internet, no país. E ainda indica o documentário “Pornocracia – As Novas Multinacionais Do Sexo”, de 2017, que destaca que 100 bilhões de vídeos pornôs disponíveis no mundo todos os anos, cerca de 95% é pirata. Ou seja, provavelmente, você alimenta a mindgeek, um cartel dono dos maiores canais, envolvido em lavagem de dinheiro, ameaças de morte e máfias do mundo todo.

almasculina é feito por:

Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).

Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).

Identidade visual e arte: Glaura Santos (@glaurasantos).

Fotos: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).

Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).

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