Com a atriz e diretora Bárbara Paz e a participação especial do cientista PhD e Co-host Podcast Naruhodo Altay de Souza

O episódio #39 – Parte 1 do @almasculina com a atriz e diretora Bárbara Paz (@barbararaquelpaz), que fala sobre referências de masculinidades, carreira, machismo, estigmas… Sempre relacionados à sua visão sobre as masculinidades.

O cientista PhD e Co-host Podcast Naruhodo Altay de Souza (@altayals) é o nosso convidado no “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos.

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– Ouça aqui o episódio na íntegra:

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ASPAS 

– Livro “A Passagem do meio: da Miséria do Significado da Meia-idade”, de James Hollis:

“A capacidade de crescimento depende da capacidade do indivíduo de interiorizar-se e de assumir responsabilidade pessoal. Se encararmos eternamente nossa vida como um problema causado pelos outros, um problema a ser ‘resolvido’, mudança nenhuma ocorrerá. Se não tivermos coragem suficiente não poderemos realizar nenhuma revisão. A vida é impiedosa quando nos pede para crescermos e assumirmos a responsabilidade pela nossa vida.

Por mais simplista que isso possa parecer, o crescimento é realmente a inevitável exigência da passagem do meio. Ele envolve finalmente enfrentarmos nossas dependências, complexos e temores sem a mediação de terceiros. Requer que deixemos de culpar os outros pelo nosso destino e assumamos total responsabilidade pelo nosso bem-estar físico, emocional e espiritual.

Um grande problema para muitos homens é o fato de o peito ser uma região entorpecida. Condicionado a esquivar-se do sentimento, a evitar a sabedoria instintiva e a não fazer caso da sua verdade interior, o homem comum é um estranho para si mesmo e para os outros, um escravo do dinheiro, do poder e da posição social. Existem poucos modelos em nossa cultura que convidam ou permitem que o homem seja sincero consigo mesmo. Quando lhe perguntam o que sente, ele frequentemente dirá o que pensa, ou qual é o problema ‘lá fora’. Como podem as mulheres esperar ter um bom relacionamento com os homens, se os homens não mantêm um relacionamento com sua própria alma feminina? As mulheres não podem ser essa ligação interior; elas só podem receber e conduzir parcialmente a projeção que o homem faz dela.

Assim sendo, um homem durante a passagem do meio, precisa voltar a ser criança, enfrentar o medo mascarado pelo poder, e fazer novamente as antigas perguntas. São perguntas simples: “O que eu quero? O que sinto? O que preciso fazer para sentir-me bem comigo mesmo?’Poucos homens modernos se dão ao luxo de fazer essas perguntas”.

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Bárbara Paz indicou:

– Livro “Foi Apenas Um Sonho (Revolution Road)”, de Richard Yates:

Eleito pela revista Time um dos cem maiores romances de todos os tempos, Foi apenas um sonho (Rua da Revolução) traz um retrato penetrante da vida nos subúrbios americanos que, segundo Richard Yates, tornou-se, nos anos 50, algo muito parecido com uma rua sem saída. “O livro foi amplamente lido como um romance contra o subúrbio, e isso me desapontou… Acho que queria que ele fosse mais uma acusação à busca sôfrega pelo conformismo prevalente nesse país, de nenhuma maneira apenas nos subúrbios – um tipo de apego cego e desesperado à proteção e à segurança a qualquer preço”, afirmou o autor. O casal de protagonistas, Frank e April Wheeler, sempre viram a si mesmos como especiais, diferentes, dispostos a viver suas vidas baseados em ideais superiores. Ao se mudarem para uma casa confortável nos arredores de Nova York, declaram sua independência da inércia suburbana que os cerca. Apesar de terem de conviver com vizinhos mesquinhos e desinteressantes, consideram-se acima de tudo isso – acreditam que nunca cairão na armadilha da vida social do subúrbio. Mesmo com o charme, a beleza e a irreverência da juventude, conforme os anos passam, seus desejos parecem cada dia mais distantes: ele detesta o trabalho burocrático, mas não sabe o que fazer para escapar da rotina; ela, que se tornou mãe de dois filhos antes do planejado, é uma dona de casa infeliz em busca de satisfação e prazer. Quando Frank e April se dão conta, não passam de uma família americana com sonhos desfeitos, como qualquer outra.? Pensando em mudar seu destino e o de Frank, April planeja começar tudo outra vez, trocando o conforto de Connecticut pela maravilhosa e desconhecida Paris. Mas quando seus planos começam a ser postos em prática, as emoções dos dois são levadas ao extremo. Com profunda empatia e lucidez, Richard Yates mostra como Frank e April comprometem esperanças e ideais, traindo não apenas um ao outro, mas também a si mesmos.

– Filme “Foi Apenas Um Sonho” (2009), de Sam Mendes:

Adaptação do livro de Richard Yates com direção de Sam Mendes, ganhador do Oscar em 2000 por “Beleza Americana”, o filme é protagonizado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, que estrelam novamente uma produção 10 anos após o estrondoso sucesso de “Titanic”, a maior bilheteria de todos os tempos no cinema. Anos 50. Frank (Leonardo DiCaprio) e April (Kate Winslet) formam um casal feliz. Eles sempre se consideraram especiais e prontos para levar uma vida seguindo ideais. Ao se mudarem para uma casa na Revolutionary Road eles ficam orgulhosos por declarar independência da inércia suburbana que os rodeava. Porém logo eles percebem que estão se tornando justamente aquilo que não queriam ser. Frank está em um trabalho insignificante e tem medo de tudo, enquanto que April é uma dona de casa infeliz. Decidida a mudar a situação, April propõe que comecem tudo de novo, deixando de lado o conforto da atual casa e recomeçando em Paris. Só que, para executar este plano, eles chegam aos seus extremos. Disponível no TeleCine e AppleTV.

– Livro “Só Garotos”, da Patti Smith:

Patti Smith revive sua história ao lado do fotógrafo Robert Mapplethorpe, enquanto os dois tentavam ser artistas e transformar seus impulsos destrutivos em trabalhos criativos. Crescida numa família modesta de Nova Jersey, Patti trabalhou em uma fábrica e entregou seu primeiro filho para adoção, antes de se mandar para Nova York, com vinte anos, um livro de Rimbaud na mala e nada no bolso. Era o final dos anos 1960, e Patti teve de se virar como pôde: morou nas ruas de Manhattan, dividiu comida com um mendigo, trabalhou e dormiu em livrarias e até roubou os colegas de trabalho, enquanto conhecia boa parte dos aspirantes a artistas que partilhavam a atmosfera contestadora do famoso “verão do amor”. Foi então que conheceu o rapaz de cachos bastos que seria sua primeira grande paixão: o futuro fotógrafo Robert Mapplethorpe, para quem Patti prometeu escrever este livro, antes que ele morresse de aids, em 1989. Só garotos é uma autobiografia cativante e nada convencional. Tendo como pano de fundo a história de amor entre Patti e Mapplethorpe, o livro é também um retrato apaixonado, lírico e confessional da contracultura americana dos anos 1970, desfiado por uma de suas maiores expoentes vivas. Muitas vezes sem dinheiro e sem emprego, mas com disposição e talento de sobra, os dois viveram intensamente períodos de grandes transformações e revelações – até mesmo quando Robert assume ser gay ou quando suas imagens ousadas e polêmicas começam a ser reconhecidas e aclamadas pelo mundo da arte. Ao refazer os laços sinceros de uma relação muito peculiar, Patti Smith revela-se uma escritora e memorialista de grande calibre – e o modo como seu texto reflete a lealdade dos dois é comovente, apesar de todas as diferenças. Pincelado com imagens raras do acervo de Patti Smith, Só garotos pode ser lido como um romance de formação de dois grandes artistas do século XX, que apostaram na ousadia, na liberdade e na beleza como antídotos à massificação – e contra todas as recomendações.

– Livro “Suíte Tóquio”, de Giovana Madalosso:

É uma manhã qualquer quando Maju atravessa a praça ao lado de Cora. Puxando a garota pelo braço, ela passa sorrateiramente pelo exército branco, sobe a avenida, pega um ônibus e desaparece. Exército branco foi o nome que Fernanda, mãe de Cora, deu às babás que todos os dias lotam a praça daquele bairro de classe alta com as crianças de seus patrões. Nos últimos tempos, no entanto, a babá e a filha parecem tão anônimas para Fernanda quanto as outras. Afundada numa crise pessoal, ela demora a perceber que Maju e Cora sumiram sem dar notícias. Ao longo do dia, tudo vai desabando. De um lado, Fernanda lida com o fracasso de seu casamento. Apaixonada por uma diretora com quem trabalhou num projeto cinematográfico, ela deixa a relação com o marido definhar. Quer distância de Cacá, mas conforme os primeiros telefonemas aflitos para a babá vão se transformando em desespero, se vê de novo afundando naquele universo. Enquanto isso, Maju vai até a rodoviária e desaparece num ônibus com Cora. Em meio a motéis imundos e paradas insólitas, põe em ação seu plano, que imediatamente sai do controle. Neste romance pé na estrada, Giovana Madalosso coloca para girar, com força e fluidez, a vida dessas personagens que parecem eternamente em busca ― de ternura, redenção, sexo, qualquer coisa que possa movê-las de onde estão. O sequestro de Cora abala as engrenagens do passado e do presente, do desejo e do ressentimento, e a procura desesperada que se segue é também um doloroso acerto de contas com a vida e as expectativas que construímos. Suíte Tóquio é um romance vertiginoso e tragicômico que fala daquele lugar tênue entre o que as pessoas querem ser e o que de fato são.

– Série “Transparent” (2014), de Jill Soloway:

Mort tem três filhos já adultos e decide reuni-los para falar do futuro. Os três imaginam que o assunto seja herança financeira, mas ficam chocados quando o pai anuncia que deseja se assumir como transgênero. Disponível no Amazon Prime Video.

– Filme “O Beijo da Mulher Aranha” (1985) e outras obras da filmografia do cineasta Hector Babenco:

Em uma prisão na América do Sul, dois prisioneiros dividem a mesma cela. Um é homossexual e está preso por comportamento imoral e o outro é um prisioneiro político. O primeiro, para fugir da triste realidade que o cerca, inventa filmes cheios de mistério e romance, mas o outro tenta se manter o mais politizado possível em relação ao momento que vive. Mas esta convivência faz com que os dois homens se compreendam e se respeitem. Disponível no Looke, GloboPLay e Belas Artes à La Carte.

– Cantor Jhonny Hooker;

– Plataforma de filmes Reserva Imovision.

Paulo Azevedo indicou:

– Documentário “Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou” (2020), de Bárbara Paz:

Vencedor do Festival de Veneza, o filme retrata a vida e os últimos momentos da vida de Hector Babenco: cineasta que viveu e morreu realizando o que fazia sua vida ter algum sentido: a sétima arte. Em relatos marcantes sobre as memórias, amores, reflexões, intelectualidade e a frágil condição de saúde de Babenco, o documentário revela como o seu amor pelo cinema o manteve vivo por tantos anos. Disponível no Looke, Now, Vivo Play, Google Play e Canal Brasil.

– Filme “Bela Vingança” (2020), de Emerald Fennell:

O vencedor do Oscar 2021 de roteiro original traz a história de Cassie (Carey Mulligan): uma mulher com muitos traumas do passado que frequenta bares todas as noites e finge estar bêbada. Quando homens mal-intencionados se aproximam dela com a desculpa de que vão ajudá-la, Cassie entra em ação e se vinga dos predadores que tiveram o azar de conhecê-la. Disponível em diversas plataformas de streamings.

– Filme “Druk – Mais Uma Rodada” (2020), de Thomas Vinterberg:

Vencedor do Oscar 2021 de filme internacional e amplamente reconhecido na temporada de premiações, o filme traz a história de quatro professores com problemas em suas vidas, testando a teoria de que ao manter um nível constante de álcool em suas correntes sanguíneas, suas vidas irão melhorar. Obviamente, muita coisa dá errado. O filme investiga os dilemas e os problemas do consumo de álcool sem limites – uma questão real não só na Dinamarca, de onde vem essa produção, mas em vários países, onde adolescents são incentivados a beber desde muito cedo. Um belo exercício de reflexão sobre a vida, masculinidade, ego e escapismos fáceis. Disponível no Youtube, Now, GooglePLay, AppleTV.

– Série “Ted Lasso” (2020), de Bill Lawrence e Joel Kelly:

Ted Lasso conta a história do personagem-título, vivido por Sudeikis, um treinador de futebol americano que deixa sua pacata vida nos Estados Unidos para assumir o desafio de treinar um time de futebol (ou soccer) em Londres, na Inglaterra. Novo técnico do AFC Richmond, time tradicional da Premeire League, a primeira divisão inglesa, Lasso precisa enfrentar muito mais do que a diferença entre as culturas dos dois países: ele não entende nada de futebol. Disponível na Apple TV+.

almasculina é feito por:

Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).

Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).

Identidade visual e arte: Glaura Santos (@glaurasantos).

Fotos: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).

Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).

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