Com o escritor Marcelo Rubens Paiva

O episódio #49 – Parte 1 do @almasculina traz o escritor Marcelo Rubens Paiva (@marcelorubenspaiva), que fala sobre machismo, assédio, preconceitos, relação com as mulheres… Sempre relacionados à sua visão sobre as masculinidades.

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– Ouça aqui o episódio na íntegra:

– Assista à gravação na íntegra no nosso canal no Youtube!

ASPAS

Livro “Feliz Ano Velho”, de Marcelo Rubens Paiva:

“Nunca em toda a minha vida meu pai fizera tanta falta. Não sei ao certo o que é ter um pai, foi pouco o tempo que pude dizer ‘papai’. Mas de uma coisa tenho certeza: ele se orgulhava de mim. Ficou preocupado que seu filho, convivendo com quatro irmãs, acabasse se afeminando. Então, logo cedo, me pôs num colégio público, em São Paulo. Mais tarde, percebeu que não precisava, já que eu era brigãozinho e tinha uma voz hipergrossa. Quando mudamos pro Rio, me deixou estudar num colégio burguês, com os filhos dos seus amigos.

No boletim vinham as minhas barbaridades, mas em casa não tinha bronca. Ele se orgulhava de seu filho macho. As notas estavam ficando ruins, principalmente em Português. (…) De nós, homens, ao contrário das mulheres, sempre foi exigida uma potência sexual. Tínhamos que transar com prostitutas pra provar pros nossos coleguinhas que éramos machos. Nossos pais (o que não foi o meu caso) nos incentivavam a ter uma conversa de ‘homem pra homem’, na qual era oferecido um dinheirinho ou uma secretária.

A mulher sempre aprendeu, desde a infância, que ter prazer e fazer sexo eram atributos das prostitutas, e que homem que se preza gosta mesmo é de casar com virgenzinha limpa. Deixar penetrar ou não aquele negócio duro dentro de seu corpo passar a ser uma opção entre ser uma vagabunda ou uma menina. A mulher tem o dom de ser bem mais sensível, pra perceber que ela não é simplesmente um buraco, mas gente, é que tem cabeça também. É duro pruma mulher estar sem roupa e ter em cima de si um corpo que sempre foi proibido, e tentar associar aquela dor com o tal prazer do qual suas colegas sempre lhe falavam. Fora o papo que, por um descuido, ela fica grávida, o que pro homem não faz a menor diferença”.

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Marcelo Rubens Paiva indicou:

Os livros de Laurentino Gomes:

“Escravidão – Volume 1: Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares” (Globo Livros):

Maior território escravista do hemisfério ocidental, o Brasil recebeu cerca de 5 milhões de cativos africanos, 40% do total de 12,5 milhões embarcados para a América ao longo de três séculos e meio. Como resultado, o país tem hoje a maior população negra do planeta, com exceção apenas da Nigéria. Foi também, entre os países do Novo Mundo, o que mais tempo resistiu a acabar com o tráfico de pessoas e o último a abolir o cativeiro, por meio da Lei Áurea de 1888 ― quatro anos depois de Porto Rico e dois depois de Cuba.

Nenhum outro assunto é tão importante e tão definidor da nossa identidade nacional quanto a escravidão. Conhecê-lo ajuda a explicar o que fomos no passado, o que somos hoje e também o que seremos daqui para a frente. Em um texto impactante e rigorosamente documentado, Laurentino Gomes lança o primeiro volume de sua nova trilogia, resultado de 6 anos de pesquisas, que incluíram viagens por 12 países e 3 continentes.

“Escravidão – Volume 2: Da corrida do ouro em Minas Gerais até a chegada da corte de dom João ao Brasil” (Globo Livros):

Entre 1700 e 1800, cerca de dois milhões de homens e mulheres foram arrancados de suas raízes africanas, embarcados à força nos porões dos navios negreiros e transportados para o Brasil. Muitos seriam vendidos em leilões públicos antes de seguir para as senzalas onde, sob a ameaça do chicote, trabalhariam pelo resto de suas vidas. No final do século XVIII, a América Portuguesa tinha a maior concentração de pessoas de origem africana em todo o continente americano.

No segundo volume de Escravidão – Da corrida do ouro em Minas Gerais até a chegada da corte de dom João ao Brasil, Laurentino Gomes concentra-se no século XVIII. O período representou o auge do tráfico negreiro no Atlântico, motivado pela descoberta das minas de ouro e diamantes no país e pela disseminação, em outras regiões da América, do cultivo de cana-de-açúcar, arroz, tabaco, algodão e outras lavouras marcadas pelo uso intensivo de mão de obra cativa.

Nenhum outro assunto é tão importante e tão definidor da nossa identidade nacional quanto a escravidão. Conhecê-lo ajuda a explicar o que fomos no passado, o que somos hoje e também o que seremos daqui para a frente. Em um texto impactante que inclui imagens e gráficos, Laurentino Gomes lança o segundo volume de sua obra, resultado de 6 anos de pesquisas, que incluíram viagens por 12 países e 3 continentes.

Paulo Azevedo indicou:

– Livro “O Homem Ridículo”, de Marcelo Rubens Paiva (Editora Companhia das Letras):

Com humor suficiente para enxergar o quanto os homens podem ser ridículos na relação com as mulheres, o escritor Marcelo Rubens Paiva traça neste livro um divertidíssimo retrato dos afetos contemporâneos. Traições, pequenas mentiras sinceras, grandes verdades que não são ditas – os contos e crônicas deste livro contam histórias que ele viveu e reinventou, ouviu dos amigos, acompanhou de perto. Boêmio assumido, caçula numa família de três irmãs, o autor adora escutar as mulheres e assim desenvolveu uma habilidade incomparável para descrever as nuances do universo feminino – admitindo que o macho anda perdendo território para a esperteza das meninas. Marcelo Rubens Paiva é autor do best-seller “Feliz Ano Velho”, além de colunista do jornal “O Estado de São Paulo”, diretor teatral e roteirista.

– Filme “O que é isso, companheiro?” (1998), de Bruno Barreto:

Baseado no livro de sucesso de Fernando Gabeira, escrito em 1979, O Que é Isso, Companheiro? (1997), conta a história do sequestro do Embaixador Americano Charles Burke Elbrick, por um grupo de jovens militantes de esquerda, em 1969 (um dos fatos de maior impacto político da biografia recente do Brasil). O filme dirigido por Bruno Barreto (12 milhões de espectadores) foi indicado ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, Urso de Ouro em Berlim, entre outros. Disponível no Globoplay.

– Minissérie documental “O Enigma da Energia Escura” (2021), criada por Emicida e Evandro Fióti:

Com esse título criativo e profundo, que tem relação com o gosto muito particular do rapper por astrofísica, a atração terá cinco episódios na primeira temporada, e levanta discussão sobre o quão pouco sabemos. Cada episódio do programa trata de um tema diferente, que não se prende à música, e tem participação de especialistas, intelectuais, ativistas, artistas e pensadores, sempre com reflexões do ponto de vista da negritude. Disponível no Globoplay.

almasculina é feito por:

Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).

Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).

Identidade visual e arte: Glaura Santos (@glaurasantos).

Fotos: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).

Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).

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