Com o escritor Marcelo Rubens Paiva e a participação especial da antropóloga, professora e escritora Mirian Goldenberg
O episódio #49 – Parte 1 do @almasculina traz o escritor Marcelo Rubens Paiva (@marcelorubenspaiva), que fala sobre humor, fé, novos paradigmas das masculinidades, os preconceitos com portadores de deficiência… Sempre relacionados à sua visão sobre as masculinidades.
A antropóloga, professora e escritora Mirian Goldenberg (@miriangoldenberg) é a nossa convidada no “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos.
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– Ouça aqui o episódio na íntegra:
– Assista à gravação na íntegra no nosso canal no Youtube!
LUGARES COMUNS com Mirian Goldenberg (@miriangoldenberg) sobre “Masculinidades e novos paradigmas”:
Paulo Azevedo: “Hoje o nosso quadro ‘Lugares Comuns’ traz uma nova convidada: ela é antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio, colunista da Folha de São Paulo e autora de diversos livros, entre eles: ‘Por que homens e mulheres traem?’, ‘Homem Não Chora. Mulher Não Ri – 8 ideias para entender melhor sexo, amor e felicidade’, ‘Por que os Homens Preferem as Mulheres Mais Velhas’ e ‘A Bela Velhice’. o longo dos próximos episódios, ela vai compartilhar conosco a experiência de quem pesquisa homens e mulheres há mais de 25 anos. Seja muito bem-vinda, Mirian! Começo te perguntando: os homens, em geral, evitam se questionar sobre seu lugar no mundo, se fazer boas perguntas? Se sim, por quê? E como você percebe o lugar da comunicação, da expressão dos afetos e desejos dos homens?
Mirian Goldenberg: “Desde 1988, eu comecei minhas pesquisas sobre homens e mulheres na cultura brasileira. E desde 1988, eu tenho a preocupação de comparar os discursos, comportamentos e valores masculinos e femininos das camadas médias urbanas eu percebo uma diferença muito grande nesses comportamentos, nesses discursos e talvez até nos valores, por quê? Já escrevi muito sobre isso, fala-se muito de muitas décadas de uma crise da masculinidade em 1980 eu já escrevi sobre isso. O que seria essa crise de masculinidade, não é uma crise da masculinidade, é uma crise do modelo da masculinidade, antes você tinha uma masculinidade legítima, valorizada, reforçada socialmente, do homem provedor, do homem forte, do homem superior aquele modelo que nós chamamos de dominação masculina. Só que nenhum homem consegue se enquadrar nesse modelo, não é as mulheres que sofrem com a dominação masculina, os homens também sofrem. Porque que homem consegue ser provedor, superior, forte, o tempo todo. Isso é um modelo de masculinidade que era muito forte, diria até os anos 60. É a partir desse momento onde ocorre uma verdadeira revolução das mulheres, que os homens também se libertam ou começam a se libertar também desse modelo. Na verdade começam a e libertar porque muitos ainda estão aprisionados nesse modelo. Então eu diria que a maioria dos homens não corresponde a esse modelo, sofre com esse modelo e a libertação das mulheres e a libertação das mulheres foi também a libertação dos homens desse modelo que oprime, principalmente às mulheres, mas também aos homens. E hoje, na prática, eles começaram a experimentar novos modelos, não existe um único modelo hoje, aquele modelo forte, poderoso, superior ainda permanece. Mas você tem um homem mais companheiro, mais sensível, o homem que chora o homem que não chora e nem consegue chorar, tem um livro até sobre isso, que os homens não se permitem chorar na frente dos outro se nem conseguem chorar. Então, você tem inúmeros modelos. Não vejo nenhum modelo hegemônico hoje em dia, pois os homens podem ser eles mesmos, sem modelos e sem prisões.”
almasculina é feito por:
Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).
Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).
Identidade visual e arte: Glaura Santos (@glaurasantos).
Fotos: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).
Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).
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