Com o psicólogo e escritor Alexandre Coimbra Amaral e a participação especial do psicanalista, escritor e professor Christian Dunker

O episódio #60 – Parte 2 do @almasculina traz psicólogo e escritor Alexandre Coimbra Amaral (@alexandrecoimbramaral), numa conversa sobre as influências da política atual nas masculinidades, ascensão do fascismo e expressões nazistas no Brasil, casamento e paternidade, sua parceria com o escritor e palhaço Cláudio Thebas, além do nosso quadro Aspas e as dicas imperdíveis do Escuta Aqui!

O psicanalista, escritor e professor Christian Dunker (@chrisdunker) “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos.

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– Ouça aqui o episódio na íntegra:

– Assista à gravação na íntegra no nosso canal no Youtube!

ASPAS:

Livro “Cartas de um terapeuta para seus momentos de crise”, de Alexandre Coimbra Amaral (@alexandrecoimbramaral), publicado pela @planetadelivrosbrasil:

“Ser delicado é sim parte de um mundo masculino possível, não violento e cheio de esperança. A delicadeza pode ser uma forma de conversar sobre o sofrimento, sem que a dor seja ainda maior. (…) Precisamos sair do cenário sempre protagonizado pelos homens, beneficiando-nos de um lugar de escuta para quem merece ocupar novos lugares de fala. Escutemos a fala para uma mulher, para o nosso lado feminino, para o desejo de transmutação das feridas que sempre nos fizeram menores. A alma do mundo é uma mulher (…)

Eu, a culpa, estou aqui querendo ajudar na sua compreensão de muito mais coisas do que suas falhas humanas. Existo independente do que você sinta. Em todas as sociedades e culturas existem regras. Quem descumpri-las será efetivamente culpado, mesmo que não se sinta assim. (…)

Moro também na relação de muitas pessoas com a figura de Deus. Há alguns tipos de dogmas religiosos que instilam culpa em seus seguidores, como forma de voltar a pessoa à conduta rigorosa que agradaria àquela divindade. Já me disseram que eu cresço e apareço nesses ambientes, e preciso mesmo me cuidar, senão me envaideço de ter tanto alcance. Eu sou uma espécie de espelho para você se ver. Mas, sendo um espelho, estou sempre no risco de me sentir poderosa demais quando me colocam no centro de um grupo tão grande. Deve ser difícil para você ter culpa de não se relacionar bem com Deus, ou de não ser exatamente o que você pensa que Ele quer de você. É uma experiência certamente carregada de sofrimento. Eu nem queria que tivesse toda essa envergadura, mas sinto que sou usada como instrumento de coerção – quando alguns líderes religiosos sentem que você está saindo um pouco das regras, usam-me para fazer você se sentir mal, e assim voltar ao lugar de que jamais deveria ter saído. Eu me preocupo com isso. Deve haver uma forma de vocês, humanos, serem falhos, honestos com seus processos de desenvolvimento pessoal e espiritual, e ainda assim merecerem pertencer a um grupo ou credo. Se Deus é mesmo amor, Ele deve acolher as suas falhas com menos austeridade do que os humanos que o representam usam contigo”.

ESCUTA AQUI:

Alexandre Coimbra Amaral (@alexandrecoimbramaral) indicou:

– Livro “Tudo Sobre o Amor”, de Bell Hooks (Editora Elefante):

O que é o amor, afinal? Será esta uma pergunta tão subjetiva, tão opaca? Para bell hooks, quando pulverizamos seu significado, ficamos cada vez mais distantes de entendê-lo. Neste livro, primeiro volume de sua Trilogia do Amor, a autora procura elucidar o que é, de fato, o amor, seja nas relações familiares, românticas e de amizade ou na vivência religiosa. Na contramão do pensamento corrente, que tantas vezes entende o amor como sinal de fraqueza e irracionalidade, bell hooks defende que o amor é mais do que um sentimento — é uma ação capaz de transformar o niilismo, a ganância e a obsessão pelo poder que dominam nossa cultura. É através da construção de uma ética amorosa que seremos capazes de edificar uma sociedade verdadeiramente igualitária, fundamentada na justiça e no compromisso com o bem-estar coletivo;

– Livro “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior (Editora Todavia):

Um texto épico e lírico, realista e mágico que revela, para além de sua trama, um poderoso elemento de insubordinação social. Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas ― a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção. Vencedor do prêmio Leya, Jabuti e 2018.

– Livro “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório (Editora Companhia das Letras):

Um romance sobre identidade e as complexas relações raciais, sobre violência e negritude, O avesso da pele é uma obra contundente no panorama da nova ficção literária brasileira. O avesso da pele é a história de Pedro, que, após a morte do pai, assassinado numa desastrosa abordagem policial, sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos. Com uma narrativa sensível e por vezes brutal, Jeferson Tenório traz à superfície um país marcado pelo racismo e por um sistema educacional falido, e um denso relato sobre as relações entre pais e filhos.

O que está em jogo é a vida de um homem abalado pelas inevitáveis fraturas existenciais da sua condição de negro em um país racista, um processo de dor, de acerto de contas, mas também de redenção, superação e liberdade. Com habilidade incomum para conceber e estruturar personagens e de lidar com as complexidades e pequenas tragédias das relações familiares, Jeferson Tenório se consolida como uma das vozes mais potentes e estilisticamente corajosas da literatura brasileira contemporânea. Vencedor do Prêmio Jabuti na categoria “Romance Literário” 2021;

– Série “This is US”, de Dan Fogelman:

This is Us, a premiada série dramática americana, chegará ao fim na sexta e última temporada Como esperávamos, na temporada de despedida de This is Us todo o clã da família Pearson estará presente: Jack (Milo Ventimiglia), Rebecca (Mandy Moore), Kevin (Justin Hartley), Kate (Chrissy Metz) e Randall (Sterling K . Marrom).

Além da comemoração dos 41 anos dos “Três Grandes”, o enredo final focará no Alzheimer, nas memórias e nos flashbacks do passado de Rebecca; a separação e a passagem para a nova vida de Kate, os desafios do novo caminho escolhido por Kevin e as circunstâncias do passado que Randall deve suportar. Disponível Star+ e no Prime Video.

Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial) indicou:

– Série “Kidding” (2018-19), de Dave Holstein e dirigida por Michel Gondry:

Quando a série começa, Jeff está enfrentando o luto pela morte do filho, um ano atrás, lidando (mal) com o fim de seu casamento e a revolta adolescente de seu outro filho (que é gêmeo idêntico do irmão que morreu). O protagonista, vivido por Jim Carey (que está excelente com seu cabelinho chanel, é preciso dizer), é basicamente o homem mais bonzinho do mundo. Ele é Jeff – ou Mr. Pickles, como é conhecido -, um apresentador infantil amado por crianças de várias gerações que encara esse trabalho como uma missão de vida.

Seu programa tem franquias em dezenas de países, centenas de produtos licenciados, e ainda assim ele vive uma vida sem luxos, sem nenhum comportamento de estrela, e parece amar sinceramente todas as crianças do mundo. Às vezes parece um idiota, quase sempre é um gênio.

A série trata de luto, perda, dramas familiares e faz tudo isso com delicadeza e ironia, às vezes beirando a maluquice total – especialmente na segunda temporada, que começa esquisita, fica hilária e termina com a gente abraçando a TV em lágrimas. Que também são de alegria. Disponível no Globoplay.

– Filme “Ataque dos Cães” (The Power of Dog – 2021), de Jane Campion:

Novo faroeste de Jane Campion para a Netflix não só é uma das grandes apostas para as premiações, mas é um filme visualmente impecável, com grandes atuações e uma história surpreendente.

Baseado no livro de Thomas Savage publicado em 1967, o filme acompanha os irmãos Phil (Benedict Cumberbatch) e George (Jesse Plemons), que são ricos proprietários da maior fazenda de Montana. Enquanto o primeiro é brilhante, mas cruel, o segundo é a gentileza em pessoa. Quando George secretamente se casa com a viúva local Rose (Kirsten Dunst), o invejoso Phil faz tudo para atrapalhá-los. Conquistou o Globo de Ouro deste ano de melhor filme, diretora e ator coadjuvante. Disponível na Netflix;

– Série Please Like Me” (2016-19), de Josh Thomas:

A produção australiana conta com roteiro, direção e produção do protagonista Josh Thomas e traz 4 temporadas. Na história, o ator interpreta um garoto de 21 anos que se descobre gay logo após sua namorada terminar o relacionamento de longa data – muito por conta da opção sexual que ele parecia não querer aceitar. E no meio dessas descobertas e situações cotidianas ao lado dos seus melhores amigos (incluindo a ex), ele também precisa lidar com a depressão de sua mãe e o relacionamento divertido e complicado com seu pai, que já está em outro casamento. Disponível na Netflix;

– Filme “Não olhe para cima” (2020), de Adam McKay:

Conta uma história tão trágica que chega a ser cômica, e qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência. Dois astrônomos descobrem que em poucos meses um meteorito destruirá o planeta Terra. A partir desse momento, eles devem alertar a humanidade por meio da imprensa sobre o perigo que se aproxima.

Por enquanto, ainda que com sacrifícios extremos, ainda há um mínimo de esperança de que as mudanças climáticas sejam contornadas, e a possibilidade de que os humanos, animais e plantas que existem hoje se extinguam ainda está a décadas (ou séculos?) de distância. E se, de repente, o fim do mundo não estiver tão longe assim? E se, de um dia para o outro, astrônomos viessem à mídia dizer que temos apenas seis meses de existência? É exatamente essa a questão abordada em Não Olhe Para Cima. Disponível na Netflix.

almasculina é feito por:

Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).

Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).

Fotos e arte: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).

Mídias sociais: Luísa Guimarães (@luisa.fguimaraes).

Colaboração: Glaura Santos (@glaurasantos) e Soraia Azevedo (@alvesdeazevedosoraia).

Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).

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