Com o jornalista, escritor e doutorando em Ciências Políticas Jean Wyllys e a participação especial do psicanalista, escritor e professor Christian Dunker

O episódio #61 – Parte 2 do @almasculina traz o jornalista, escritor e doutorando em Ciências Políticas Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) sobre fama e anonimato, as influências da política atual nas masculinidades, violências e homofobia, cuidado e cooperação x neoliberalismo, além do nosso quadro Aspas e as dicas imperdíveis do Escuta Aqui!

O psicanalista, escritor e professor Christian Dunker (@chrisdunker) “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos.

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– Ouça aqui o episódio na íntegra:

– Assista à gravação na íntegra no nosso canal no Youtube!

ASPAS:

– Livro “O Fim de Edy”, de Édouard Louis (Editora TusQuets):

“Eu não sei se os garotos do corredor teriam classificado seu comportamento como violento. No vilarejo os homens nunca usavam essa palavra, ela não existia no seu vocabulário. Para um homem a violência era algo natural, evidente.

Como todos os homens do vilarejo, meu pai era violento. Como todas as mulheres, minha mãe reclamava da violência do marido. Ela reclamava sobretudo do comportamento do meu pai quando ele estava bêbado ‘Com seu pai a gente nunca sabe o que vai acontecer quando ele a cara’ (…) Nesses dias, ele se levantava. Ele ficava ali, de pé e imóvel. Ele cerrava os punhos bem forte e seu rosto ficava subitamente roxo. E também: as lágrimas que invadiam seus olhos (elas só correm quando ele bebe, nos outros dias ele se contém: ser homem é não chorar). E os murmúrios, incompreensíveis. Ele começava a dar voltas em torno da mesa, andar de um lado para o outro. Não a andar de um lado para o outro como um homem entediado, que reflete, mas como um homem que não sabe o que fazer da sua raiva. Então, ele ia até uma parede, meio ao acaso, e a socava com força. Depois de vinte anos na mesma casa, as paredes estavam cheias de buracos. (…)

A obsessão dele por se manter distante da imagem do pai fazia com que ele quisesse mal ao meu irmão mais velho, que o tratava com violência, e até aos seus amigos. Ele julgava o comportamento com severidade, até aos seus amigos. Ele julgava seu comportamento com severidade, até com certo ódio”.

ESCUTA AQUI:

Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) indicou:

– Livro “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior (Editora Todavia):

Um texto épico e lírico, realista e mágico que revela, para além de sua trama, um poderoso elemento de insubordinação social. Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas ― a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção. Vencedor do prêmio Leya, Jabuti e 2018;

– Filme “Ataque dos Cães” (The Power of Dog – 2021), de Jane Campion:

Novo faroeste de Jane Campion para a Netflix não só é uma das grandes apostas para as premiações, mas é um filme visualmente impecável, com grandes atuações e uma história surpreendente.

Baseado no livro de Thomas Savage publicado em 1967, o filme acompanha os irmãos Phil (Benedict Cumberbatch) e George (Jesse Plemons), que são ricos proprietários da maior fazenda de Montana. Enquanto o primeiro é brilhante, mas cruel, o segundo é a gentileza em pessoa. Quando George secretamente se casa com a viúva local Rose (Kirsten Dunst), o invejoso Phil faz tudo para atrapalhá-los. Conquistou o Globo de Ouro deste ano de melhor filme, diretora e ator coadjuvante. Disponível na Netflix;

– Livro “Pai, Pai”, de João Silvério Trevisan (Editora Alfaguara):

João nasceu em Ribeirão Bonito, interior de São Paulo, filho mais velho de uma família de classe média baixa. Desde o início, acompanha a forma rude como o pai José trata sua mãe, de origem mais humilde. É vítima, ainda criança, da violência de José, que não aceita sua natureza de “menino maricas”. Antes de completar 10 anos, João entra num seminário, para escapar do ambiente de casa. “Eu iniciava meu processo de ser outro, um homem, sem deixar de ser o mesmo filho de José, o cachaceiro.” Depois de abandonar o seminário, ele busca sua liberdade, e deixa o Brasil da ditadura para conhecer o mundo. Atravessa graves momentos políticos na América Latina e vivencia a contracultura nos Estados Unidos. Mergulha na escrita e nas artes. Mas a sombra do pai continuará sempre consigo.

– Disco “Encanto”, de Rita Benneditto;

– Livro “Anos de chumbo e outros contos”, de Chico Buarque (Editora Companhia das Letras):

 Uma jovem e seu tio. Um grande artista sabotado. Um desatino familiar. Uma moradora de rua solitária. Um passeio por Copacabana. Um fã fervoroso de Clarice Lispector. Um casal em sua primeira viagem. Um lar em guerra. Imersos na elogiada atmosfera da ficção de Chico Buarque, caracterizada pela agudeza da observação e a oposição frequente entre o poético e o cômico, os oito contos que formam este volume conduzem o leitor pela sordidez e o patético da condição humana. Com alusões ocasionais à barbárie do presente, o autor ergue um labirinto de surpresas, em que o sexo, a perversidade, o desalento e o delírio são elementos constitutivos da trama. Em Anos de chumbo, Chico Buarque põe seu conhecido domínio da linguagem a serviço da concisão da forma. O resultado é arrebatador.

Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial) indicou:

– Documentário “Entre os Homens de Bem” (2016), de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros:

Acompanhe três anos da rotina do deputado federal Jean Wyllys e suas batalhas na Câmara e nas redes sociais pelos direitos das minorias.  Agora, ele expõe um período de três anos de sua rotina no âmbito público, o que provoca uma reflexão sobre uma época de polarização na política brasileira.

Os diretores Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros acompanharam o trabalho de Jean Wyllys durante anos, incluindo no filme as conversas de bastidores, os pronunciamentos em público, os textos nas redes sociais, as ameaças de morte, as brigas diante de outros deputados etc. Embora adote uma estrutura globalmente linear, o projeto permite alinhar seus capítulos internos de modo livre, com idas e vindas em diferentes episódios de acordo com a afinidade temática ou visual. Disponível no Globoplay;

– Série “Aruanas” (2021), de Estela Renner e  Marcos Nisti:

Repleta de realismo político, a série retorna com 10 novos episódios exclusivos para assinantes e trata de pautas ambientais atuais e de conhecimento do público geral. Na primeira temporada, acompanhamos Natalie (Débora Falabella), Verônica (Taís Araújo) e Luiza (Leandra Leal), três integrantes da ONG chamada Aruana, que luta contra todo o tipo de práticas criminosas e nocivas ao meio ambiente — desde contaminação de rios até invasão de terras indígenas. Já na segunda temporada de Aruanas, os espectadores serão contemplados com assuntos cada vez mais recentes, como a reprodução detalhada de uma CPI, os bastidores do Congresso Nacional e menções ao rompimento de barragens ocorridas no Brasil. Nos novos episódios, as protagonistas Luiza e Natalie unem forças para impedir a publicação de uma Medida Provisória responsável por isentar os impostos das maiores empresas de petróleo no Brasil. Disponível no Globoplay;

– Série “Equal” (2020), de Stephen Kjak e Kimberly Reed:

A origem do movimento LGBTQ + nos Estados Unidos contada a partir de quatro histórias reais e emocionantes. Em cada uma delas, líderes e heróis desconhecidos da causa mudaram, de alguma maneira, o futuro da história americana por meio de seu ativismo. A produção é uma combinação de filmagens arquivadas e reencenações dramáticas que gira em torno do movimento pela luta dos direitos LGBTQ+ no século XX, trazendo como foco importantes figuras e momentos históricos.Disponível na HBO Max;

– Série Saindo do armário com Colton Underwood” (2021):

Na série documental de 6 episódios, acompanhamos a jornada do ex-jogador de futebol profissional e personalidade da mídia, Colton Underwood, como membro da comunidade LGBTQIA+. Ele ficou conhecido depois de participar do reality show The Bachelor, na rede americana ABC. Após ter sido ameaçado por pessoas com suas fotos íntimas, ele revelou para o programa Good Morning America que tinha medo que a notícia pudesse arruinar sua carreira. A série explora a nova realidade de Colton, totalmente fora do armário, enquanto ele busca seu espaço dentro da comunidade que agora faz parte.Disponível na Netflix.

almasculina é feito por:

Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).

Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).

Fotos e arte: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).

Mídias sociais: Luísa Guimarães (@luisa.fguimaraes).

Colaboração: Glaura Santos (@glaurasantos) e Soraia Azevedo (@alvesdeazevedosoraia).

Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).

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