Com o músico e compositor Paulo Novaes e a participação especial do professor e pesquisador Fábio Mariano da Silva.

O episódio #35 – Parte 1 do almasculina” traz o músico e compositor Paulo Novaes (@paulonovaes), que fala sobre influências familiares, contexto político brasileiro, amor, MPB… Sempre relacionados à sua visão sobre as masculinidades.

O professor e pesquisador Fábio Mariano da Silva (@fabioms08) é o nosso convidado no “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos.

O almasculina agora é semanal! Você vai poder usufruir ainda mais as conversas com nossos convidados em dois episódios de menor duração e com menos cortes na edição! Uma ótima desculpa que encontramos para estarmos mais perto de você, todas as semanas!

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– Ouça aqui o episódio na íntegra:

– Assista à gravação na íntegra e o “Lugares Comuns”, com o Fábio Mariano da Silva, no nosso canal no Youtube!


LUGARES COMUNS com o Fábio Mariano da Silva sobre “Limites das discussões das masculinidades”:

Paulo Azevedo: “A gente sabe que essas conversas sobre as masculinidades surgiram a partir do movimento feminista. Eu queria que você falasse o que é masculinismo e qual é o limite para saber se uma discussão sobre esse tema cai no masculinismo, porque eu já vivi uma situação, inclusive num curso de extensão aí da PUC, onde você é professor, em que eu fui acusado de masculinismo por apontar alguns aspectos nocivos da masculinidade hegemônica e do patriarcado sobre os homens. Então, eu queria entender o que é esse masculinismo e qual é o limite para que uma conversa como essa que a gente tem aqui não cair nesse lugar”.

Fábio Mariano da Silva: “Eu nunca utilizo o termo masculinismo. Eu falei aqui para você, que assim como eu critico o termo masculinidade tóxica ou mesmo hegemônica, eu não gosto. Eu acho e eu sempre substituo por machismo, sexismo ou por misógino, que são assim termos dados aí por um movimento de mulheres muito especialmente e que faz com que a gente reconheça os limites e a influência que ele tem do ponto de vista estrutural das nossas vidas. São os cuidados que a gente tem que tomar dentro das nossas conversas. Eu acho que a gente sempre tem que tomar cuidado com a forma como a gente vai encarar determinadas discussões. E é importante que se coloque, inclusive, o que a gente precisa conhecer. Conhecer. Ele é um trabalho árduo. Conhecer significa conhecer a trajetória daquelas pessoas com um determinado movimento que criaram, que instituíram e constituíram a nossa sociedade determinadas discussões para poder apontar de fato quais são os nossos limites. Por que é muito fácil, por exemplo, de masculinismo, machismo, sexismo, é muito fácil eu vivendo dentro dessa estrutura, que a gente sempre vá reproduzir esse tipo de comportamento, esse tipo de discurso. Daí a gente vai precisar tomar cuidado. O Humberto Maturana, que ele vai contar um pouco da história do patriarcado. E quando ele fala da história do patriarcado, ele vai falar a nossa linguagem e a nossa linguagem, ela é sempre dada pela política da violência ou da apropriação. Então, você nunca diz assim: “Eu preciso constituir o direito à alimentação”. Você sempre vai dizer: “Vou combater”. Porque o combate é uma palavra dada do patriarcado, é uma palavra dada pelo machismo. O homem ensina que ele deve combater. Então, ele vai combater, vai lutar contra a erradicação da pobreza, ele nunca vai saber exatamente, ele nunca vai ressignificar o uso das palavras, e saber, por exemplo, a influência que ela tem. Quando você diz e eu entendi bem a sua pergunta, quais são os limites? O limite é o reconhecimento que você precisa ter de até que ponto você não está reproduzindo um modelo de comportamento ou de linguagem ou de apropriação do patriarcado, do machismo, ou do sexismo nas suas relações sociais. Isso é uma pergunta, que quando você faz, eu consigo responder dessa forma, dizendo: “O limite é o cuidado que você tem que ter que você não está reproduzindo aquilo que universalmente foi dado como correto. E, portanto, você aceitar diferenças, aceitar discussão e assim por diante”. 

Paulo Azevedo: “E ao mesmo tempo ter a compreensão de que estamos todos aprendendo coisas que talvez seria tão mais fácil se a gente fosse mais jovem. E desde a primeira infância, né? Ou ainda na adolescência, nesse momento de tanta formação de tanto embate com o mundo externo, ter esse tipo de bagagem, já seria tão mais fácil, né?”

almasculina é feito por:

Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).

Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).

Identidade visual e arte: Glaura Santos (@glaurasantos).

Fotos: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).

Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).

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