Com o psicoterapeuta e criador do Ressignificando Masculinidades e a participação especial do cientista PhD e Co-host Podcast Naruhodo Altay de Souza

O episódio #42 – Parte 1 do @almasculina com o psicoterapeuta e criador do @ressignificando_masculinidades, Fabio Sousa (@fabiosssousaa), que fala sobre rodas de homens, racismo, pornografia, saúde integral… Sempre relacionados à sua visão sobre as masculinidades.

O cientista PhD e Co-host Podcast Naruhodo Altay de Souza (@altayals) é o nosso convidado no “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos.

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– Ouça aqui o episódio na íntegra:

– Assista à gravação na íntegra no nosso canal no Youtube!

LUGARES COMUNS com Altay de Souza (@altayals) sobre “Depressão e Ansiedade”:

Paulo Azevedo: “Estamos vendo o aumento significativo no número de casos de depressão e ansiedade no mundo todo, principalmente, em função da pandemia. Inclusive esse foi o tema dos episódios 220 e 221 do seu podcast com o Ken Fujioka, o Naruhodo. Existe uma única causa?”

Altay de Souza: “De fato as prevalências de depressão e ansiedade no mundo têm aumentado, isso, independente da pandemia. Mesmo antes 2018, já estamos vendo um aumento das prevalências do mundo todo, em geral. A pandemia na verdade ajudou a aumentar um pouco mais a prevalência, mas ela não foi, não teve uma causa específica tão forte para além das questões econômicas que talvez aumentem a prevalência mais para a frente. Tem várias causas é um fenômeno complexo e multifatorial. Existe o fato da vida ter se tornado mais complexa. Da gente pegar 60 anos atrás, mais ou menos, pelo menos pensando no Brasil, no geral, uma fração significativa das pessoas vivia em ambiente rural ou intermediário entre o urbano e o rural, a vida era um pouco mais previsível, as pessoas tinham menos ainda, tinham uma dificuldade de gestão da renda maior, tinham uma renda mais baixa média da população, mas o mundo era mais previsível. As pessoas tinham uma certa previsibilidade sobre o que esperar da realidade. Hoje me dia, com, principalmente, com a tecnologia da informação a gente passou a ter o mundo muito mais complexo e muito mais difícil de lidar de que nossas crenças permitem. Esse aumento de variáveis que você tem que pensar ao mesmo tempo seja, para decidir o que você vai comer ou até o seu emprego, como você imagina sua vida daqui 10 anos, isso se tornou muito mais complexo. Isso aumenta o grau de estresse basal. E aumenta também um certo grau de depressão. Uma causa assim é o fato da vida ter se tornado mais complexa. E a nossa educação não dar conta de mediar essa situação do indivíduo com essa informação numa sociedade mais complexa. Uma outra informação que é muito importante e bem presente no mundo atual, assim, é que as pessoas ficaram cada vez mais com medo de sofrer. O que isso quer dizer? Que a vida nuca foi felicidade, a vida com o ela é mesmo, vida cotidiana, nunca foi a felicidade em si. Não existe essa ideia é uma ilusão séria assim. Não existe essa questão de vida plena. Na verdade, isso é uma meta, você nunca alcança. É o que a gente entende em filosofia a diferença entre ética e moral. Ética seria um princípio que vale em qualquer situação, aquela máxima que você teria como universal, seria um princípio ético, só que raramente você consegue ser ético. Você consegue ser moral. A moralidade é o que você consegue fazer e a ética é o que você gostaria. Isso se aplica, por exemplo, à felicidade. A felicidade não está na vida, a felicidade está no movimento que damos para a vida. E ela acontece em alguns momentos, a maior parte da nossa vida é a busca por algo, a maior parte da nossa vida é sofrimento, é dificuldade. E as pessoas têm cada vez mais sofrido com as dificuldades de uma vida mais complexa, mas também sofrido com o medo de sofrer. As coisas têm que ser encaradas assim, às vezes é difícil, tem que se desculpar porque você fez bobagem, tem que aguentar coisas que são inescapáveis para você, você tem que perdoar outras pessoas que você não gostaria, a vida é assim. Isso é uma outra causa do aumento de depressão que não é uma depressão, é uma tristeza. As pessoas não querem mais ficar tristes. Sendo que a tristeza é algo muito importante para adaptação no mundo complexo. Então, a junção de uma realidade, num mundo mais complexo e a resistência das pessoas a não sofrer, na verdade, com uma demanda que vem do s meios d e comunicação que vem da mídia, da propaganda, do marketing de que eu tenho solução para o seu problema, que eu vou resolveras questões, faça meu curso, tome meu remédio, meu tratamento e tudo vai dar certo.  E você vai buscar uma versão melhor de você mesmo. Isso é tudo completamente perverso, sem sentido, porque você tenta blindar as pessoas a viver uma vida que não merece ser vivida. No sentido de que a pessoa não se exponha a um sofrimento, que pode fazer ela perceber as coisas melhor. A gente sempre acha que está certo, a gente tende a não pensar. Quando a gente acha que está errado, necessariamente, a gente vai refletir um pouco. Isso vale para os sofrimentos, quando você acha que está sofrendo por alguma coisa, necessariamente você vai considerando, que quando você está triste apenas. Triste é diferente de deprimido. Quando você está triste você reflete alguma coisa, quando você está pleno, este é o momento que a alienação pode tomar conta de você. De fato, é um fenômeno complexo e é dialético, mas acho que essas duas causas cobrem a maior parte da discussão que gostaria de trazer para vocês. Obrigado e até mais! ”.

almasculina é feito por:

Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).

Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).

Identidade visual e arte: Glaura Santos (@glaurasantos).

Fotos: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).

Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).

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