Com o psicólogo e educador popular Pedro Pires e a participação especial do cientista PhD e Co-host Podcast Naruhodo Altay de Souza

O episódio #45 – Parte 1 do @almasculina com o psicólogo e educador popular, Pedro Pires (@pedrocopires), que fala sobre referências de masculinidades, transexualidade, preconceito, cuidado e saúde integral… Sempre relacionados à sua visão sobre as masculinidades.

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– Ouça aqui o episódio na íntegra:

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ASPAS

– Artigo “Masculinidades Negras: do rompimento aos afetos”, de Ismael dos Anjos, convidado do episódio #27, publicado no Elástica:

É comum ouvirmos, na nossa sociedade, sobre o masculino como o gênero no poder. No Brasil, por exemplo, o homem ocupa 85% do Congresso Nacional e 87% dos cargos de CEOs. Mas se o patriarcado permite que o homem garanta para si todos os benefícios que o poder tem a proporcionar enquanto ele segrega, limita, exclui e mata mulheres – uma mulher é morta, vítima de violência, a cada 2 horas em nosso país (Monitor da Violência, 2019) – também nos compele a pensar sobre quem ocupa o topo dessa pirâmide. 

Afinal, de quem estamos falando quando falamos do homem assim, no singular?

Embora expressões como “homem é tudo igual” façam parte do imaginário popular, não é preciso ir muito longe nos números para entender que não é bem assim. Quando se trata da distribuição de renda no no Brasil, por exemplo, raça tem mais impacto que gênero. Os homens e mulheres brancos recebem, em média, R$ 3.138 e R$ 2.379, respectivamente. Com renda ponderada de R$ 1.762, os homens negros ficam abaixo das mulheres brancas e são seguidos pelas mulheres negras, com R$ 1.394 (PNAD 2018). 

Quando olhamos para a escolaridade, um marcador que costuma evidenciar o acesso a oportunidades, os homens negros são o grupo que mais vivencia o abandono educacional, já que 44,2% dos jovens negros, entre 19 e 24 anos, não concluiu o ensino médio. Entre os brancos, o número é de 29,4% (PNAD 2018). 

Para além do estigma do ser forte, aguentar o tranco, não demonstrar fraqueza e ser dominante sempre que possível, a receita da hiper masculinização da negritude costuma recair sobre a sexualização do corpo negro. Não é mera coincidência. 

Não é simples romper com algo que, ao menos em teoria, pode parecer desejável ou elogioso. “Eu acompanho algumas discussões que têm trazido bastante a questão da fetichização, a expectativa de enxergar o homem como um pauzudo, e fico pensando o quanto isso descaracteriza ainda mais a gente enquanto pessoa. Porque, quando se é visto, se resume a isso. Qual é a coisa boa nessas pessoas, nesses caras? As outras coisas não aparecem”, diz o psicólogo e educador Pedro Pires. “Aí também entram as outras masculinidades. O que acontece com o cara trans, preto, que não tem pau, por exemplo? Não é homem? São questões que a gente precisa dialogar, trazer para escolas e espaços de formação, porque já deu ficarmos repetindo e produzindo esse tipo de violência”.

Pedro acredita que quanto mais nos aproximamos de nós mesmos, das nossas histórias, mais capacidade teremos de entender como é pensada a construção da sociedade e, por conseguinte, os custos de performar determinadas masculinidades. “Entender e conseguir se afastar dessas construções, desses ideais que nos aprisionam, é um campo aberto de experimentação que é furtado da gente.  Desde que a gente nasce já está dito quais as caixas que precisamos ocupar (do masculino, do feminino) e o que tem nas caixas. Quando a gente explode essas caixas, a gente tem a construção do que faz sentido para gente”, diz. “Nessa perspectiva, a gente se responsabiliza pelo nosso processo e também por construir um espaço que seja saudável para todes. Não só para mim, mas para a sociedade. Eu vejo essa possibilidade no lugar do entre, na abertura, fora da ideia do conceito binário”.

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Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).

Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).

Identidade visual e arte: Glaura Santos (@glaurasantos).

Fotos: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).

Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).

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