Com o escritor Daniel Munduruku e a participação especial da antropóloga, professora e escritora Mirian Goldenberg

O episódio #50 – Parte 1 do @almasculina traz o escritor, professor e doutor em educação Daniel Munduruku (@danielmundurukuoficial), que fala sobre referências de masculinidades, formação e educação do corpo e da alma conectados com a natureza, ritos de passagem, felicidade… Sempre relacionados à sua visão sobre as masculinidades.

A antropóloga, professora e escritora Mirian Goldenberg (@miriangoldenberg) é a nossa convidada no “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos.

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– Ouça aqui o episódio na íntegra:

– Assista à gravação na íntegra no nosso canal no Youtube!

LUGARES COMUNS com Mirian Goldenberg (@miriangoldenberg) sobre “Felicidade e gênero”:

Paulo Azevedo: “Mirian, você pesquisa o tema da felicidade há bastante tempo. É possível chegar a uma única definição do que é a felicidade? Existem características comuns do que seria a felicidade para os homens e para as mulheres, em geral? ”

Mirian Goldenberg: “Eu venho pesquisando felicidade a mais de 30 anos, praticamente todas as minhas pesquisas sobre homens e mulheres tem como questão central a felicidade. Mais recentemente eu fiz uma pesquisa que saiu no meu livro: ”Liberdade, felicidade e foda-se” em que eu aprofundo a discussão sobre felicidade a partir de duas perguntas que fiz para homens e mulheres. A pergunta foi: a primeira, o que falta para você ser mais feliz? E o que me chamou muita atenção é que tanto as mulheres quanto os homens ao responderem o que falta para serem mais feliz, eles falavam muito de questões materiais, de consumo, ou de aparência, por exemplo, ah…falta eu ter um emprego melhor, ganhar mais dinheiro, ou então, falta eu ter casa própria falta ter um carro melhor, falta eu viajar mais, falta as mulheres falaram falta eu emagrecer 10 ou 20 kg, porque eu não consigo emagrecer, falta eu fazer uma cirurgia plástica e sempre nas respostas havia algum tipo de comparação com alguma pessoa próxima. Então, eu não consigo ter o mesmo corpo que a minha prima que teve dois filhos e emagreceu ou então, eu não consigo ganhar tanto dinheiro quanto um amigo meu da faculdade apontando faltas e por meio de comparação, no entanto, quando eu perguntei para eles e elas, em que momento do dia você se sente mais feliz? Eles não se compararam com mais ninguém. Eram sempre coisas simples cotidianas, como chegar em casa receber o abraço do filho, dar um beijo na esposa, tomar um banho gostoso, ler um livro, tomar um vinho, encontrar com os amigos e as amigas e dar risadas, transar. E nesse momento não havia nenhum tipo de comparação. Então, o que me chamou muita atenção foi que existe uma expectativa irreal de felicidade, como se a felicidade estivesse sempre fora de si, em outras pessoas que são mais felizes. Mas quando eles param e para pensar na felicidade concreta eles conseguem enxergar os momentos dos seus dias em que eles se sentem muito felizes, sempre relacionados a amigos, família, afeto, a coisas que eles gostam, a música é muito presente nesses momentos felizes. E, aí que eu pergunto no final do meu livro: Liberdade, felicidade e foda-se, porque invés de nós ficarmos pensando o tempo todo o que falta para nós sermos mais felizes, nós não paramos para pensar em que momento do dia nós nos sentimos realmente felizes. O que é básico? O que é realmente essencial para minha felicidade? O que é só meu e de mais ninguém? O que é único, especial e incomparável? E é por isso que eu digo no meu livro, que existem três grandes venenos para a felicidade, o primeiro: a comparação. Porque sempre, ou inveja, tanto faz, porque sempre que comparamos ou invejamos alguém nós focamos naquilo que nos falta e sempre falta muita coisa. É óbvio que sempre vai faltar muita coisa. Que provoca sofrimento. O segundo é a cobrança excessiva: tenho que emagrecer 20 kg, tenho que emagrecer 10 kg, tenho que ganhar muito dinheiro, tenho…é a ”ditadura do ter que”. E o terceiro veneno é a culpa. Os erros, às vezes eu vejo homens e mulheres remoendo erros de 10, 20 anos atrás como se eles carregassem um peso e como se não pudessem errar e erram, todos nós erramos, e acho que o maior antídoto pra esses venenos que tenho descoberto, é a possibilidade de ser você mesmo descobrir o que realmente te faz feliz, aquilo que é só seu incomparável único, que é especial e que muitas vezes já nas nossas vidas e nós não valorizamos como deveríamos, esse é o recado que dou no meu livro: Liberdade, felicidade e foda-se. Porque  o foda-se tem a ver com liberdade foda-se o que os outros vão pensar, mas foda-se também essa exigência, auto exigência tão grande de realização, de perfeição, de sucesso, de dinheiro, de magreza, de tudo que os homens e as mulheres apontam como falta e que provoca tanto sofrimento. E, eu termino o livro falando que liberdade é a melhor rima para a felicidade E liberdade para quê? Liberdade para ser você mesmo! ”.

ESCUTA AQUI

Daniel Munduruku indicou:

– Livro “A Chave do meu Sonho ou Como um Parafuso Frouxo fez-me encontrar a chave e o sonho”, de Daniel Munduruku (UKA Editorial;

– Música “Super Homem”, de Gilberto Gil;

– Livros de Daniel Quinn:

“Ismael – Um Romance da Condição Humana” (Editora Peirópolis):

Ishmael é um romance filosófico de 1992, escrito por Daniel Quinn, que examina a mitologia, seus efeitos na ética, e como isso reflete na sustentabilidade. O livro usa do método socrático para desconstruir a noção de que os seres humanos são o “produto final”, o pináculo da evolução biológica.

“Meu Ismael – O Fenômeno Continua”:

O narrador desta fábula extraordinária é um homem em busca da verdade. Ele lê o anúncio de jornal de um professor que procura por alunos com o desejo sincero de salvar o mundo. Vai ao seu encontro e se vê sozinho num escritório abandonado com um gorila chamado Ismael. Ismael é uma criatura de imensa sabedoria, com uma história para contar a todos nós. Uma história que nenhum ser humano jamais ouviu. Leitura necessária e urgente para todos aqueles, jovens e adultos, que têm o desejo sincero de salvar o mundo. Ismael é amplamente adotado em escolas e universidades americanas. Inspirou o filme Instinto, estrelado por Antony Hopkins e Cuba Gooding Jr.

Paulo Azevedo indicou:

Canal no YouTube do Daniel Munduruku:

Canal que reúne os vídeos do Escritor e Educador, Daniel Munduruku;

– Série documental “Guerras do Brasil.doc” (2019), de Luiz Bolognesi:

A série traz os fatos, as versões, as revelações e curiosidades sobre os principais conflitos armados da história do Brasil. Em apenas 5 episódios com 26 minutos cada, traz relatos de pesquisadores e estudiosos, além de imagens de arquivo e ilustrações sobre cada período retratado. Detalhando como nosso país foi formado por conflitos armados ao longo dos séculos, a série é dirigida por Luiz Bolognesi começa no período do descobrimento e chega até os dias atuais.

Entre os conflitos retratados estão a Guerra da Conquista e a dizimação da população indígena, a Guerra dos Palmares e o horror da escravidão contra a vida de 12 milhões de negros trazidos para o Brasil, até a Universidade do Crime e a falência do sistema prisional e do combate às drogas que toma conta das principais cidades do país. Estudar os conflitos pode olhar para um dolorido espelho contra a face do próprio Brasil, mas é um importante passo para que justamente esses conflitos não precisem voltar – ou continuar – a acontecer. Disponível na Netflix;

– Série “Ted Lasso” (2021) – 2ª temporada, criada por Bill LawrenceJason SudeikisJoe Kelly e Brendan Hunt:

A 2ª temporada da elogiada pela crítica, sucesso de público, acaba de vencer o prêmio de Melhor Comédia no Emmy 2021, além de melhor ator, ator e atriz coadjuvantes. A comédia traz Jason Sudeikis como Ted Lasso, ex-técnico de futebol americano universitário que assume um time da Premier League, o fictício AFC Richmond, e tem que lidar com todos os desafios de treinar uma equipe do mais alto escalão do futebol inglês. O detalhe: ele não sabe nada sobre o esporte bretão. Mas é mais que isso: ao usar como pano de fundo um dos esportes mais populares (e machistas) do planeta, é uma bela resposta à cultura tóxica do mundo. Disponível na AppleTV.

almasculina é feito por:

Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).

Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).

Identidade visual e arte: Glaura Santos (@glaurasantos).

Fotos: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).

Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).

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