Com o terapeuta holístico e consultor de masculinidades Agni Santoro e a participação especial da antropóloga, professora e escritora Mirian Goldenberg

O episódio #51 – Parte 2 do @almasculina traz o terapeuta holístico e consultor de masculinidades Agni Santoro (@agni.dialogo_masculino), que fala sobre os mitos herói, sexo e sexualidade, autoconhecimento, o papel das mulheres na política… Sempre relacionados à sua visão sobre as masculinidades.

A antropóloga, professora e escritora Mirian Goldenberg (@miriangoldenberg) é a nossa convidada no “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos.

E para que o almasculina continue no ar, precisamos da sua colaboração! Iniciamos uma campanha de financiamento coletivo que traz benefícios exclusivos para nossos apoiadores! Acesse orelo.cc/almasculina e saiba mais! Participe!

E desde já agradecemos a todos os nossos apoiadores, em especial: Alexandre Valverde, Ana Maria de Lima Rodrigues, Ângela Mucida, Danilo Azevedo, Felipe José Nunes Rocha, Juliana Dias e Tânia Simão Bacha Silva.

– Ouça aqui o episódio na íntegra:

– Assista à gravação na íntegra no nosso canal no Youtube!

ASPAS:

– Livro “O Herói – A Verdadeira Jornada do Herói e o Caminho da Individuação”, de Lutz Muller (Editora Cultrix):

“A libertação e a conquista do ‘feminino’ têm uma importância fundamental não apenas para o herói enquanto ser criativo, mas também para a superação da nossa estrutura social patriarcal e doente. O nosso mundo, a nossa sociedade, cultura e religião estão desenraizadas e sofrem pela falta de valores femininos. A falta do ‘feminino’ relaciona-se, entre outras coisas, com o fato de que existe, tanto nos homens como nas mulheres, uma profunda ambivalência perante o ‘feminino’. (…)

Particularmente trágico é o conflito entre a simbiose e a autonomia no homem. Para encontrar uma identidade diferente do ‘feminino’, ele se orienta em geral de maneira inconsciente de acordo com a fórmula: ‘Ser masculino significa ser diferente da mãe e dos sentimentos com ela relacionados, significa não ser feminino’. Desse modo, o homem precisa reprimir e cindir necessidades e aspectos essenciais da sua totalidade masculino-feminina. Na relação com a mulher, o homem na verdade deseja ardentemente poder reanimar aquelas necessidades inativas do seu ser, mas teme, ao mesmo tempo, que possam se repetir os medos e a dependência emocional em relação à mãe enquanto primeiro relacionamento com uma pessoa superpoderosa. A mulher, enquanto representante de um mundo materno reprimido, mas desejado com tanta veemência, desperta nele inúmeros sentimentos contraditórios, inexprimíveis e profundamente inconscientes. Ele vivencia através dela, por exemplo, o anseio insaciável de unidade e fusão, de compreensão tácita, de um olhar de deleite e admiração, mas também o medo existencial do desamparo, da carência e do abandono, da solidão, da dissolução do Eu, o sentimento vergonhoso de ser sempre o inferiorizado, e a raiva mortal do superpoder insuperável do feminino.

Desse modo, o homem está sempre, e das mais variadas formas, à procura da mulher, ou melhor, à procura das suas características humanas e primitivas perdidas, inevitavelmente ligadas à mulher – e está sempre fugindo da mulher, ou melhor, fugindo dos seus medos da primeira infância. Isso forma a terrível ambivalência do homem diante da mulher: por um lado, ele anseia encontrar nela a mãe amorosa com a qual pode realizar uma união beatífica; por outro lado, ele projeta nela a esfinge perigosa e assassina. Ele oscila continuamente entre a idealização, a idolatria e a depreciação e a execração da mulher. Por isso, via de regra, não pode percebê-lo como um ser humano normal e de igual valor.

As dificuldades descritas na relação ao feminino em si mesmo e nos outros se expressam, no homem – excluindo a depreciação do feminino -, em muitas perturbações de relacionamento, neuroses sexuais e comportamentos autodestrutivos; por exemplo, na repressão do seu mundo físico afetivo, na destruição da sua sensualidade espontânea, na perda da capacidade de amar e na incidência habitual numa ‘conduta de potência sexual constante’. Ele se fixa desesperadamente naquele pequeno órgão, do qual espera a redenção de sua ambivalência: o pênis. O pênis seria uma garantia de que ele é diferente do poder feminino que ameaça dominá-lo constantemente. Seu culto ao falo lhe daria a confirmação de ser independente, grande, forte, firme, autônomo e livre.

Esta incidência exagerada no princípio fálico faz do homem um ser continuamente acossado, sempre apressado, sempre pensando em concorrência e rivalidade, com uma agressividade sempre latente e sempre com pose de vencedor. Descanso, pausa, relaxamento: isso equivaleria a um ‘afrouxamento’, que de maneira alguma pode ser admitido, visto que, assim, as necessidades profundas, mas muito reprimidas, de passividade, entrega e soltura, poderiam talvez vir à tona. Ele preferiria então ter uma ‘morte de herói’, fazendo o seu coração heroico e lutador fraquejar mediante um infarto. Não são poucos os homens que se vangloriam do número de infartes aos quais sobreviveram, como se se tratasse de ferimentos e lesões trazidos para casa depois de uma batalha inteira”.

almasculina é feito por:

Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).

Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).

Identidade visual e arte: Glaura Santos (@glaurasantos).

Fotos: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).

Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).

Siga e compartilhe o almasculina” e fale conosco:

Ouça e assine o almasculina” aqui:

Anchor fm Spotify Deezer Google Podcasts Apple Podcasts You Tube
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *