Em janeiro, enquanto retomamos o fôlego para a nova temporada, temos episódios especiais com alguns dos melhores momentos de 2021, divididos em quatro partes. O melhor de tudo, foi se dar conta do quanto foi difícil selecionar somente alguns trechos de todas as conversas incríveis que tivemos ano passado.

Aproveite a chance de conhecer um pouco de tudo que vivenciamos juntos em 2021 nessa breve retrospectiva. E, quem sabe, querer escutar os episódios na íntegra que ainda não ouviu ou relembrar aqueles que mais curtiu!

Nesta 4a parte, você confere a nossa seleção de alguns do melhores momentos das conversas com os nossos convidados dos episódios #51 ao #55: AGNI SANTORO, BEMTI, ALEXANDRE DA SILVA, OSMAIR CAMARGO CÂNDIDO (O FININHO) e CLÁUDIO THEBAS.

E relembramos também a participação da psicanalista, escritora, jornalista e integrante da Comissão Nacional da Verdade (2012-14) Maria Rita Kehl (@mariaritakehl.oficial) no “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos. Não perca!

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– Ouça aqui o episódio na íntegra:

ASPAS #51

– Livro “O Herói – A Verdadeira Jornada do Herói e o Caminho da Individuação”, de Lutz Muller (Editora Cultrix):

“A libertação e a conquista do ‘feminino’ têm uma importância fundamental não apenas para o herói enquanto ser criativo, mas também para a superação da nossa estrutura social patriarcal e doente. O nosso mundo, a nossa sociedade, cultura e religião estão desenraizadas e sofrem pela falta de valores femininos. A falta do ‘feminino’ relaciona-se, entre outras coisas, com o fato de que existe, tanto nos homens como nas mulheres, uma profunda ambivalência perante o ‘feminino’. (…)

Particularmente trágico é o conflito entre a simbiose e a autonomia no homem. Para encontrar uma identidade diferente do ‘feminino’, ele se orienta em geral de maneira inconsciente de acordo com a fórmula: ‘Ser masculino significa ser diferente da mãe e dos sentimentos com ela relacionados, significa não ser feminino’. Desse modo, o homem precisa reprimir e cindir necessidades e aspectos essenciais da sua totalidade masculino-feminina. Na relação com a mulher, o homem na verdade deseja ardentemente poder reanimar aquelas necessidades inativas do seu ser, mas teme, ao mesmo tempo, que possam se repetir os medos e a dependência emocional em relação à mãe enquanto primeiro relacionamento com uma pessoa superpoderosa. A mulher, enquanto representante de um mundo materno reprimido, mas desejado com tanta veemência, desperta nele inúmeros sentimentos contraditórios, inexprimíveis e profundamente inconscientes. Ele vivencia através dela, por exemplo, o anseio insaciável de unidade e fusão, de compreensão tácita, de um olhar de deleite e admiração, mas também o medo existencial do desamparo, da carência e do abandono, da solidão, da dissolução do Eu, o sentimento vergonhoso de ser sempre o inferiorizado, e a raiva mortal do superpoder insuperável do feminino.

Desse modo, o homem está sempre, e das mais variadas formas, à procura da mulher, ou melhor, à procura das suas características humanas e primitivas perdidas, inevitavelmente ligadas à mulher – e está sempre fugindo da mulher, ou melhor, fugindo dos seus medos da primeira infância. Isso forma a terrível ambivalência do homem diante da mulher: por um lado, ele anseia encontrar nela a mãe amorosa com a qual pode realizar uma união beatífica; por outro lado, ele projeta nela a esfinge perigosa e assassina. Ele oscila continuamente entre a idealização, a idolatria e a depreciação e a execração da mulher. Por isso, via de regra, não pode percebê-lo como um ser humano normal e de igual valor.

As dificuldades descritas na relação ao feminino em si mesmo e nos outros se expressam, no homem – excluindo a depreciação do feminino -, em muitas perturbações de relacionamento, neuroses sexuais e comportamentos autodestrutivos; por exemplo, na repressão do seu mundo físico afetivo, na destruição da sua sensualidade espontânea, na perda da capacidade de amar e na incidência habitual numa ‘conduta de potência sexual constante’. Ele se fixa desesperadamente naquele pequeno órgão, do qual espera a redenção de sua ambivalência: o pênis. O pênis seria uma garantia de que ele é diferente do poder feminino que ameaça dominá-lo constantemente. Seu culto ao falo lhe daria a confirmação de ser independente, grande, forte, firme, autônomo e livre.

Esta incidência exagerada no princípio fálico faz do homem um ser continuamente acossado, sempre apressado, sempre pensando em concorrência e rivalidade, com uma agressividade sempre latente e sempre com pose de vencedor. Descanso, pausa, relaxamento: isso equivaleria a um ‘afrouxamento’, que de maneira alguma pode ser admitido, visto que, assim, as necessidades profundas, mas muito reprimidas, de passividade, entrega e soltura, poderiam talvez vir à tona. Ele preferiria então ter uma ‘morte de herói’, fazendo o seu coração heroico e lutador fraquejar mediante um infarto. Não são poucos os homens que se vangloriam do número de infartes aos quais sobreviveram, como se se tratasse de ferimentos e lesões trazidos para casa depois de uma batalha inteira”.

LUGARES COMUNS COM MARIA RITA KEHL sobre “Masculinidades e homofobia” (#52):

Paulo Azevedo: “O nosso quadro ‘Lugares Comuns’ traz uma nova convidada: ela é psicanalista com vasto histórico de participação em movimentos sociais (como o MST), no jornalismo e na teorização crítica, ensaísta, doutora em psicanálise pelo departamento de psicologia clínica da PUC-SP, autora de ensaios publicados na imprensa e em coletâneas, e também dos livros como “O Tempo e o Cão”, vencedor do Prêmio Jabuti. Foi ainda integrante da Comissão da Verdade entre 2012 e 2014.Seja muito bem vinda, Maria Rita Kehl!

Na sua visão, o que gera a homofobia (“lgbtqia+fobia”, em geral)? Como isso se manifesta no nosso cotidiano? Por que, em geral, esse preconceito (ou discriminação) é mais forte entre os homens?

Maria Rita Kehl: “Vamos começar com o velho Freud. O Freud disse que ninguém nasce homem ou mulher, nós nos tornamos homens ou mulheres não no sentido da orientação sexual, mas na identificação com o gênero também, pois pode haver homossexual que se identifique como homem e ele gosta de outros homens que são mais femininos ou pode haver uma homossexual que é o contrário, ela também gostaria de ter sido homem. Então, o tornar-se homem ou mulher tem a ver com a passagem pelo Édipo, tem a ver com a ligação com o pai ou a mãe tem a ver com muitas coisas e eu acho que aí têm algum ponto também, que é enigmático, não sei se ele deve ser respondido, porque ninguém pergunta para um hetero porque você conseguiu virar assim, aconteceu que você foi desde criança, suas fantasias se você é mulher ia pra um menininho ou se você gostava mais do papai ou da mamãe, estou falando banalidades para não tornar isso uma travessia de uns deram certo outros deram errado. Quem deu certo teve as fantasias certas, os pais certos, se tornou hetero. E quem deu errado porque algum erro da família ou uma disfunção, e me parece que a gente tem que entender esses casos um a um, se precisar entender. No caso do meu consultório quando surge alguém é um a um, eu por exemplo, observei, sem ter sido jamais analista dela, como amiga, eu observei a transformação do Laerte, da Laerte, porque era um cartunista sempre muito talentoso, nos anos 70 quando nós trabalhávamos nos jornais alternativos, porque eu comecei minha vida profissional só como jornalista, demorei a assumir o lado psicóloga, psicanalista, já nos anos 80. Então, a Laerte, o Laerte trabalhava num jornal de oposição à ditadura chamado: ‘O movimento’. Era muito talentoso já, os desenhos dele, tinha outros cartunistas, mas ele sempre foi top e tivemos contato, depois perdemos, depois tivemos de novo. E era um sujeito muito calado, muito introspectivo, muito genial, mas você tinha pouco acesso a ele. De repente surge a Laerte e eu até perguntei numa entrevista na rádio Madalena que eu tenho, um jeito para dar spoiler, chama conversa solta, de entrevista, a gente tem há muito tempo, eu até perguntei: ‘Aquela timidez, você sabia que tinha alguma coisa que queria ser mulher?’. E, ela disse: ‘Não. Tinha alguma coisa esquisita e eu não estava à vontade comigo mesmo”.

Paulo Azevedo: “No nosso episódio aqui no Almasculina, inclusive ele falou muito da relação com a família, como foi esse processo com a família, com os filhos, com os netos, foi interessantíssimo o papo”.

Maria Rita Kehl: “Enfim estou dando o exemplo dela porque essa frase do Freud nunca foi tão acertada na minha vida empírica como quando eu observei o que aconteceu com a Laerte, na infância nós somos de certa forma bissexuais no sentido de que a fantasia pode ir pra muitos lados então eu não acho que eu a gente tenha que explicar como alguém é gay , assim como a gente não tem que explicar porque alguém é deprimido, ele quer sair da depressão, não é bom ficar deprimido, mesmo que ele não queira , acha que está bom lá, pra quem está em volta dele se preocupa mas o homossexual ou bissexual, quem quer mudar de sexo, o transexual, não é que ele tenha um problema com isso, ele tem um problema de identificação com o próprio gênero que isso vai resolver, isso é solução, não é problema”.

Paulo Azevedo: “E o problema das pessoas com relação a essas pessoas, no caso da homofobia e porque é tão latente nos homens a homofobia”.

Maria Rita Kehl: “Olha eu acho que deve ser muito mais difícil ter um pênis do que uma vagina, é deve, porque veja a mulher, falando biologicamente tem muitos recursos. Não é um problema se eu vou ou não funcionar lá na hora, porque se não funcionar a gente finge. Vamos falar sério? É fácil fingir. Para não criar um desconforto, para deixar o cara contente, você sabe que na próxima pode ser melhor, mas naquele dia ele estava meio desajeitado, era primeira vez, estava meio apressado, se você mostra que não deu certo, piora. Então para a mulher eu acho digno isso, não acho hipócrita. É fácil fingir, até se acertar e aí dá uma dica aqui dá uma dica ali, se for uma relação longa, se for casual, você finge para se livrar, se não deu certo tchau, sem humilhar ninguém, porque falando estou humilhando alguém, mas nem eu sei mais porque fingi, não importa. O fato que para o homem é mais difícil, porque às vezes a parceira pode inibi-lo, sem ela perceber, a parceira pode não corresponder na hora h, no sentido acontece com a gente também, porque acontece. Parece que vai ser um mundo legal e de repente não é, não tem química sei lá como se diz isso, então o homem tem que desempenhar e para ele é humilhante o não desempenho. Espero que esteja mudando quer dizer tem uma não é um movimento, quer dizer uma geração nova, da minha filha mais nova que provavelmente já conversa isso em outros termos mas também tem me parece eu acho que eleição desse presidente provocou isso também tem uma relação de jovens mesmo ressentidos com não vou chamar feminismo porque feminismo é um movimento, um dos primeiros movimentos sufragistas, começa dos anos 50, ele vem dos anos 60, nada tão novo, mas claro que as meninas estão hoje empoderadas. Os meninos sempre foram, porque não. Mas acho que tem algum ressentimento aí não posso explicar clinicamente que eu nunca ouvi na minha clínica algo de um jovem que se identifica com o bolsonarismo, porque vamos defender os verdadeiros valores machistas então não posso, não tenho nenhum aprofundamento, mas acho que tem ressentimento aí”.

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– Livro “A Criação do Patriarcado: História da Opressão das Mulheres”, de Gerda Lerner (Editora Cultrix – episódio #51):

A Criação do Patriarcado explora cerca de 2.600 anos de história humana e as culturas do Antigo Oriente Próximo, para nos mostrar em um dos mais originais estudos dos últimos tempos, a origem da opressão das mulheres perpetrada pelos homens. Valendo-se de dados históricos, literários, arqueológicos e artísticos, Gerda Lerner refaz o traçado evolutivo das principais ideias, símbolos e metáforas graças às quais as relações de gênero patriarcais foram incorporadas à nossa civilização, sustentando que a dominação da mulher pelo homem é produto de um desenvolvimento histórico. Não é “natural” ou biológica e, portanto, imutável, de modo que o Patriarcado como sistema de organização da sociedade pode ser abolido por processos históricos. Gerda Lerner propõe uma nova e surpreendente teoria de classe, revelando as diferentes maneiras pelas quais as classes são estruturadas e vivenciadas de forma diferente por homens e mulheres;

– Minissérie “Cenas de Casamento” (2021), remake criado por Hagai Levi (episódio #51):

Na série, um casal em crise expõe, em diálogos lancinantes, as dores de uma união aparentemente feliz. O programa em cinco episódios é uma releitura de “cenas de um casamento”, série sobre os meandros da vida a dois criada em 1973 pelo sueco Ingmar Bergman (1918-2007). A trama buscar sondar não só um casamento em declínio, mas a complexa teia de sentimentos, expectativas e obrigações que conecta um casal — às vezes, não rompida nem mesmo pelo divórcio.

No remake, que se desdobra ao longo de cinco anos em Boston, os personagens ganham mais camadas, e toques de modernidade. O marido exibe fragilidade e resquícios da educação repressora de judeu ortodoxo. A esposa, imersa no trabalho, carrega a culpa de não ser uma mãe presente, e a repulsa pela estagnação: ao contrário de Jonathan, é mira quem despreza a zona de conforto. Ela o trai — e ele é quem desabrocha em seguida. A série nos lembra que nem tudo é o que parece na rotina do casal. A felicidade só dura até que a vida os separe. Disponível na HBO MAX;

– Filme “As Vantagens de Ser Invisível” (2012), de Stephen Chbosky (episódio #52):

Baseado no livro homônimo de Stephen Chbosky (que também dirigiu e escreveu o roteiro), As Vantagens de Ser Invisível, conta a história Charlie, um garoto de 15 anos que se recupera de uma depressão, e tenta seguir sua vida depois de perder seu único amigo que se matou com um tiro na cabeça. Na escola ele conhece Patrick e Sam que vão ajuda-lo na sua recuperação, no seu crescimento e sua socialização com o mundo exterior.  Um filme sobre amores, relacionamentos, conflitos internos, amizades, passado, presente e futuro. E traz uma frase que vale como um mantra: “Nós aceitamos o amor que achamos merecer”. Disponível na Netflix;

– Série “Pose” – 3ª temporada (2018-2021), criada por Ryan Murphy  (episódio #52):

A temporada final se passa em 1994 e os bailes já não acontecem mais. A protagonista Bianca precisa encontrar o equilíbrio entre sua vida com seu novo parceiro e também um novo emprego como enfermeira. As tramas da série nunca se concentraram apenas na rotina dos “excluídos” que compunham a cena dos bailes. A epidemia de HIV entre os anos 80 e 90 se alastrava pela cidade e era impossível não voltar até aqueles anos sem falar do quanto a doença afetou a comunidade.A série se destaca por ter quase toda a equipe formada por mulheres, pretos e minorias entre roteiristas, diretores e um elenco majoritariamente trans – o que rendeu a primeira indicação de uma atriz transgênero ao Emmy Awards, MJ Rodriguez, entre outras inúmeras indicações a prêmios. Pose é bem escrita, bem dirigida, sabe equilibrar o drama e o humor, tem um retrato histórico belíssimo e ainda nos afaga com a beleza dos bailes, com a audácia de seus personagens. Disponível no Star+;

– Podcast “Mano a Mano”, com Mano Brown (episódio #53):

O rapper Mano Brown agora tem o próprio podcast. Nele, ele recebe diversas personalidades para conversar sobre vários temas, como saúde, música e política. Brown sempre demonstrou ter uma personalidade questionadora a respeito de tudo em sua volta. Agora, ele vai explorar esse lado curioso em 16 episódios que serão lançados semanalmente na plataforma. Destaque para alguns convidados que já passaram por lá: o ex-presidente Lula, o médico Drauzio Varella, o pastor Henrique Vieira e o vereador Fernando Holiday. Vale muito pena! Disponível no Spotify;

– Minissérie “Move: O Mundo da Dança” (2020), dirigida por Thierry Demaizière e Alban Teurlai (episódio #53):

Esta série documental de apenas 5 episódios mostra o brilho e o talento dos dançarinos e coreógrafos que estão moldando a arte do movimento ao redor do mundo. Iremos ver como cada um dos citados impactou o meio da dança – e como a dança também impactou a vida dessas pessoas. Estão lá não só a descoberta da dança, mas também as trajetórias de vida, os percalços, a resistência ao preconceito e muito mais, permeado por depoimentos de familiares, profissionais e especialistas da área. É impressionante conhecer a trajetória de coreógrafos e bailarinos como o espanhol Israel Galván, o israelense Ohad Naharin e os americanos Jon Boogz e Lil Buck, que diz “usar a dança pra curar feridas”. Imperdível! Disponível na Netflix;

–  Série “Sociedade do Cansaço” (2021), direção geral de Patrick Hanser (episódio #54):

Baseada no livro homônimo de Byung-Chul Han, a série documental “Sociedade do Cansaço” aborda em  dez episódios, como chegamos a esse ponto de cobrança e o que podemos fazer a respeito. Em um mundo onde o desempenho saiu da esfera exclusiva do trabalho, o descanso é visto como ineficiência e o indivíduo é considerado o único responsável pelo seu sucesso, quais são os efeitos dessa lógica? Para aprofundar a reflexão acerca dessa temática, cada episódio gira em torno de assuntos atuais como trabalho, internet, lazer, padrão estético, remédio, sono, relacionamento, consumo, positividade tóxica e segurança. A série conta com entrevistas com especialistas como Ailton Krenak, líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro, e Maria Homem, psicanalista, professora e pesquisadora, que fazem análises e questionamentos sobre os temas, além de depoimentos de personalidades que já foram afetadas por esses assuntos. Disponível no GNT e Globoplay. Vale também ler o livro homônimo que deu origem à série, indicado aqui no Aspas do episódio #11 e ouvir o episódio #322 do podcast Mamilos “O que é sociedade do cansaço?”, disponível em diversos agregadores de podcast;

– Série “Segunda Chamada” (2019-21) – 2a temporada, direção geral Joana Jabace (episódio #54):

Na 2a temporada, novos alunos se juntam ao grupo, carregando seus dramas pessoais e também uma imensa vontade de vencer. A realidade no novo ano letivo é mais preocupante do que o habitual e o baixo número de matrículas ameaça, inclusive, a existência do curso noturno. Com uma nova configuração, novos conflitos entre os alunos vêm à tona. Afinal, faz-se necessário exercitar a tolerância e o respeito dentro dos muros do colégio.

“Segunda Chamada” não é para os fracos. A nova temporada fala de violência contra a mulher, capacitismo, homofobia e desigualdade social, sem esquecer das mazelas da educação –e tudo isto, com uma certa dose de melodrama. Feminicídio, preconceito contra indígenas, pessoas em situação de rua e portadores de deficiência… Entre muitos outros temas permeiam situações que reforçam os desafios e o poder da educação. Mesmo assim, as autoras Carla Faour e Julia Spadaccini nunca tornam o prato indigesto: há sempre um raio de esperança, mesmo nas situações mais desalentadoras. Pode-se dizer que elas até pegaram leve com o grupo de moradores de rua, em que não há nenhum deficiente mental ou viciado em drogas, tão frequentes na vida real. Disponível no Globoplay;

– Livro “A Exaustão No Topo da Montanha – Uma jornada de reconexão com outros ritmos da vida e com o que é essencial”, de Alexandre Coimbra Amaral (Editora Paidós – episódio #55):

Você tem em suas mãos um livro que traz a Exaustão como uma personagem viva, que se preocupa com o quanto estamos adoecidos e vivendo dias que consomem o melhor de nós. Alexandre Coimbra é um psicólogo que escreve com a alma na ponta dos dedos. Depois de recebermos cartas dos sentimentos em seu livro de estreia, agora acompanhamos a história da Exaustão, numa jornada íntima de reflexões da sua ação sobre a vida contemporânea. Afinal, como transformar uma vida exausta? É possível esperançar um novo panorama, mesmo diante de um fenômeno tão presente em nossos dias? Leia este livro como um cuidado a você, que está cansada ou cansado de tamanha exaustão. No tom poético e sempre esperançoso com que Alexandre fala das questões mais complexas da condição humana, você se sentirá no amparo e no embalo dos melhores abraços, sobretudo aqueles que parecem desaparecer diante dos cansaços que se acumulam ao longo dos dias.

almasculina é feito por:

Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).

Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).

Identidade visual e arte: Glaura Santos (@glaurasantos).

Fotos: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).

Mídias sociais: Luísa Guimarães (@luisa.fguimaraes).

Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).

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