Com o músico e ator André Abujamra e a participação especial do psicanalista, escritor e professor Christian Dunker

O episódio #67 – Parte 2 do @almasculina traz o músico e ator André Abujamra (@andre_abujamra) e continuarmos com a conversa sobre contexto familiar e suas influências, machismo, além do nosso quadro aspas e ótimas dicas do escuta aqui!

O psicanalista, escritor e professor Christian Dunker (@chrisdunker) “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos.

E para que o almasculina continue no ar, precisamos da sua colaboração! Iniciamos uma campanha de financiamento coletivo que traz benefícios exclusivos para nossos apoiadores!

Acesse orelo.cc/almasculina e saiba mais! Participe!

E desde já agradecemos a todos os nossos apoiadores, em especial: Alexandre Valverde, Ana Maria Rodrigues, Angela Mucida, Danilo Azevedo, Felipe Rocha e Juliana Dias.

– Ouça aqui o episódio na íntegra:

– Assista à gravação na íntegra no nosso canal no Youtube!

ASPAS

– Livro “Cartografias da Masculinidade”, organizado por Pedro Ambra, no artigo de Isabela Venturoza (Editora Cult):

“Quando falamos de masculinidade de maneira genérica, como se os homens fossem um grande bloco homogêneo cheio de privilégios e no topo do poder, perdemos de vista que vivemos em sociedades que, além de machistas e sexistas, se estruturam por meio de desigualdade de classe e cor/raça. Ao abordar de maneira genérica a temática da masculinidade tóxica, deixamos de nomear certas problemáticas que evidenciam que a experiência das masculinidades em um país como o Brasil é informada por uma série de fenômenos que ocorrem no cruzamento entre gênero, raça/cor, classe, sexualidade, regionalidade e deficiência, por exemplo. Quando falamos em masculinidades, estamos também pensando em estatísticas de suicídio, encarceramento, pobreza, população de rua, abuso de substâncias, violência urbana e homicídio, entre tantas outras problemáticas que tocam os homens de maneiras extremamente diferenciadas.

Talvez o problema não seja a masculinidade, mas aquilo que produz limites e normas fechadas e empobrecidas no que tange ao sentido de ser homem. Masculinidades e homens são produtos de normas de gênero, normas que também produzem mulheres e feminilidades restritas e enclausuradas em arranjos que muitas vezes nos escravizam (por padrões de beleza ou pelo cuidado, por exemplo). Pensar nos distintos territórios de diferença significa perceber que o problema não é tão somente gênero (e masculinidades); estamos sempre falando de masculinidades racializadas e fortemente localizadas por diferenças de classe.

Mostra-se necessário compreender que, embora se beneficiem, os homens também são afetados negativamente por políticas de gênero machistas. Existem custos para se manter no ‘topo’, e o topo é sempre um lugar que também guarda prejuízos.

Parece-me que é preciso ampliar o leque de opções em termos da experiência de gênero de modo que homens, mulheres e outros sujeitos possam circular com liberdade e equidade, sem que precisem atingir e buscar algum signo de distinção que assegure lugares de prestígio (e que, por consequência, subordine sujeitos que dele se distanciem).

O futuro talvez seja da diferença, e do respeito à diferença: não do conforto representado por uma falsa ‘igualdade’. Não somos iguais mesmo dentro de nossos próprios grupos sociais. Nosso compromisso deve ser lutar por diferenças que não sejam transmutadas em desigualdades”.

ESCUTA AQUI

André Abujamra (@andre_abujamra) indicou:

– Filme “Delicatessen” (1991), de Jean-Pierre JeunetMarc Caro:

Num mundo pós-apocalíptico, onde há um mercado negro de carne humana, um ex-palhaço arranja um emprego num prédio e se apaixona pela filha de um açougueiro. O pai ciumento descobre, e ele precisa fugir para, literalmente, salvar a própria pele;

– Novo álbum de André Abujamra “Emidoinã – A Alma do Fogo” (2020), disco indicado ao Grammy;

– Ouça os compositores clássicos Sergei Prokofiev e Igor Stravinsky;

– Filme “Os Sete Prisioneiros (2021), de Alexandre Moratto:

Em busca de uma vida melhor, Mateus, um rapaz humilde de uma cidade pequena, e outros jovens aceitam trabalhar em um ferro velho em São Paulo. Porém, todos logo percebem que foram enganados e caíram em uma rede de trabalho escravo. Olhando para esse cenário, Mateus decide se unir ao seu captor e se tornar seu braço direito, mesmo sofrendo com grandes conflitos morais. Disponível na Netflix.

Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial) indicou:

– Assista cinema brasileiro, em especial, grandes obras com trilha sonora do nosso convidado, André Abujamra, que trazem espectros das masculinidades muito diversos como: “Carandiru”, “Bicho de Sete Cabeças”, “Ação Entre Amigos”, entre muitos outros disponíveis em várias plataformas de streamings;

– Livro “Robô Não Solta pum: Pensamentos de um pai (sem Dormir há 20 Dias)”, de André Abujamra, com ilustrações de Ana Paula Oliveira (Editora Saíra Editorial):

Quem foi que disse que isso é isso e não é aquilo ou que aquilo é aquilo e não é isso? Ou por que é tão difícil entender que isso pode ser isso simplesmente ou simplesmente não ser nem isso nem aquilo? Quando se libera o pensamento das amarras que a vida adulta quase sempre impõe, as ideias ficam mais livres para explicarem tudo de forma mais fácil ou até modificarem certos conceitos. É o que os pensamentos de André Abujamra nos colocam: o livre pensar é o elemento essencial da criatividade que permite a crianças, jovens e até adultos alçar voos mais altos. Por meio dos pensamentos de um pai sem dormir há 20 dias, somos levados a refletir sobre as coisas mais triviais e até mesmo a pensar de outro modo a respeito de coisas já pensadas antes de nós.

– Filme “Drive My Car” (2021), de Ryusuke Hamaguchi:

Em “Drive My Car”, adaptado de um conto de Haruki Murakami, o filme segue duas pessoas solitárias que encontram coragem para enfrentar o seu passado. Yusuke Kafuku (Hidetoshi Nishijima) é um ator e diretor de sucesso no teatro, casado com Oto (Reika Kirishima), uma roteirista, com que divide sua vida, seu passado e colaboração artística. Quando Oto morre repentinamente, Kafuku é deixado com muitas perguntas sem respostas de seu relacionamento com ela e arrependimento de nunca conseguir compreendê-la completamente. Dois anos depois, ainda sem conseguir sair do luto, ele aceita dirigir uma peça no teatro de Hiroshima, embarcando em seu precioso carro Saab 900. Lá, ele conhece e tem que lidar com Misaki Watari (Toko Miura), uma jovem chauffeur, com que tem que deixar o carro. Apesar de suas dúvidas iniciais, uma relação muito especial se desenvolve entre os dois. Disponível no Mubi;

-Documentário de animação “Flee” (Fuga – 2021), de Jonas Poher Rasmussen:

O longa animado Flee fez história no Oscar 2022 ao ser a primeira produção na história a concorrer como melhor longa-metragem animado, melhor documentário e melhor filme internacional, pela Dinamarca.

lee conta a história de Amin Nawabi enquanto ele lida com um segredo doloroso que ele manteve escondido por 20 anos, um que ameaça descarrilar a vida que ele construiu para si mesmo e seu futuro marido. Narrado principalmente através da animação ao diretor Jonas Poher Rasmussen, ele conta pela primeira vez a história de sua extraordinária jornada como uma criança refugiada do Afeganistão. Disponível em diversas plataformas de streamings.

almasculina é feito por:

Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).

Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).

Fotos e arte: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).

Colaboração: Glaura Santos (@glaurasantos) e Soraia Azevedo (@alvesdeazevedosoraia).

Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).

Siga e compartilhe o almasculina” e fale conosco:

Ouça e assine o almasculina” aqui:

Anchor fm Spotify Deezer Google Podcasts Apple Podcasts You Tube
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *