Com o palhaço, escritor e educador Cláudio Thebas e a participação especial da psicanalista, escritora, jornalista Maria Rita Kehl

O episódio #55 – Parte 1 do @almasculina traz o palhaço, escritor e educador Cláudio Thebas (@claudiothebas), que fala sobre referências de masculinidades, palhaço e gênero, humor e machismo, família pentacular e o lugar da paternidade… Sempre relacionados à sua visão sobre as masculinidades.

A psicanalista, escritora, jornalista e integrante da Comissão Nacional da Verdade (2012-14) Maria Rita Kehl (@mariaritakehl.oficial) é a nossa convidada no “Lugares Comuns”, quadro que dá voz a especialistas, gente que pesquisa e entende muito do assunto, explicando termos, conceitos e ampliando a nossa visão sobre tópicos mais específicos.

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E desde já agradecemos a todos os nossos apoiadores, em especial: Alexandre Valverde, Ana Maria de Lima Rodrigues, Ângela Mucida, Danilo Azevedo, Felipe José Nunes Rocha, Juliana Dias e Tânia Simão Bacha Silva.

– Ouça aqui o episódio na íntegra:

– Assista à gravação na íntegra no nosso canal no Youtube!

LUGARES COMUNS com a psicanalista, escritora, jornalista e integrante da Comissão Nacional da Verdade (2012-14) Maria Rita Kehl (@mariaritakehl.oficial) sobre “Paternidades e Família Pentacular”:

Paulo Azevedo: ”E dentre as várias áreas de atuação e pesquisa você traz um termo que a família pentacular, o que significa e como é que fica a função paterna nisso, nesse conceito?”

Maria Rita Kehl: “Interessante isso é uma coisa tão antiga, não chega a ser uma grande pesquisa, é um ensaio, está? No livro não lembro qual foi o livro de várias pessoas. As pessoas me chamaram, sobre família, eu estava envolvida nisso, até porque eu estava num terceiro casamento e fiquei pensando: bom, interessante como as famílias, a gente fala de família nuclear, pai, mãe, filho, No entanto, hoje, famílias são compostas de, sei lá, mãe, pai com a outra mulher, e os filhos desse outro casal, e o marido da mãe que tinha outro filho, e que também veio morar aqui. Pentacular no sentido nuclear, ela continue existindo, mesmo quando você faz outro casamento, e aí você tem outro filho, aí vira outra ‘familinha’ nuclear, mas pra além dessa configuração natural, primos, tios, vai haver outras relações parentais, que a gente chama de padrasto, madrasta, e desses filhos desses outros, né? Mas eu ache que seria bom contemplar essa forma de família, não como “nossa, que família bagunçada, nossa, quem são os pais dessa criança que já está no terceiro padrasto, não. Essa é uma forma de família contemporânea, que também deve ser acolhida com família, pronto! Se fosse uma viúva, ninguém criticaria, se é uma mulher ou homem separado que casa de novo, aí, esses filhos dos outros casamentos, vão viajar juntos, nas férias quando forem, isso é comum, tem que se encarar assim. É uma ideia normal!”

Paulo Azevedo: “Mas a função paterna permanece? Mas como é que fica, assim, porque a gente ainda vive uma herança desse lugar, totem do pai. Da autoridade, da última palavra. Que está mudando com as novas gerações. Mas como é que fica nesse contexto?”

Maria Rita Kehl: “O importante é o seguinte, o pai não é a mesma coisa da função paterna. A função paterna é muito importante. A função paterna significa o seguinte, essa mãe teve um pai, que impediu que ela fizesse um grude com a própria mãe, então, essa mãe tem dentro de si, aquilo que a gente chama de castração, essa mãe e o pai também, um pai que também teve um pai. São seres humanos, que pode não ser o pai biológico quando a própria mãe, mesmo que seja uma mãe solteira, não quer fazer um com seus filhos, ela admite que seus filhos são outros, que vão ter outros desejos, que não estão ali só pra satisfazê-la, isso que a gente chama de algo do prazer dessa mãe com os filhos, com o corpo dos filhos. Algo é barrado, ela não vai grudar nesses filhos de uma forma que criar um filho psicótico, um filho perverso, ou um filho deprimido. Algo nessa mãe põe o limite no desejo dela gozar muito em estar com essas crianças, de grudar nessas crianças, isso é o instinto da função paterna. Independentemente dessa mãe ser uma mãe solteira, uma mãe casada, uma mãe separada, uma mãe no segundo casamento, tem a função paterna, é função simbólica.Mesmo que o pai não esteja presente, mesmo a mãe solteira que não conheceu o pai de seu filho , por exemplo ela teve relação com vários homens, engravidou e não sabe quem era, resolveu assumir sozinha, mesmo essa mãe, se a mãe dela também não tomou ela como sua posse total e prolongamento de seu corpo, etc, ela também tem função paterna anteriormente, ela também vai reconhecer  a autonomia de seu filho, com todos os conflitos que isso tem. Contra a vontade de ter seu filho bebê por mais tempo e ele está crescendo. Mas ela não vai produzir o que chama de ‘meu castrado’, porque ele sente que é complemento total da mãe, os dois estão completos ali. ”

ESCUTA AQUI

Cláudio Thebas indicou:

– Canal do Youtube do psicanalista Christian Dunker: O quadro #FalandonIsso propõe uma conversa entre os diversos inscritos do canal #ChristianDunker e o próprio sobre temas escolhidos através de comentários;

– Canal do psicólogo e terapeuta familiar  Alexandre Coimbra Amaral;

– Livro “Brincar, jogar e aprender: Práticas que inspiram o educador e facilitam a aprendizagem”, de Tiago Aquino da Costa e Silva e Maristela de Oliveira Fiúza (Editora Vozes):

Este livro é uma obra coletiva que tem por propósito trazer inspirações práticas a fim de serem aplicadas nos mais diversos espaços educacionais: escolas, brinquedotecas, parques, festas e outros. O leitor encontrará neste livro desejos, vontades e o que há de melhor de cada autor, pois aqui o brincar é coisa séria!

– Livro “Jogos do Mundo Todo”, de Tiago Aquino (Paçoca), Cristiano Santos, Mérie Hellen Araújo e Alipio Pines Junior (Editora Supimpa):

Uma ideia. Um projeto. Uma obra. Através dos estudos sobre jogos e brincadeiras evidencia-se que tais manifestações são ancestrais ao ser humano. E por ser parte integrante da cultura, é possível perceber características peculiares de cada bairro, cidade, estado ou país. Como serão os jogos e brincadeiras em outras partes do mundo? Esta obra traz a você, caro leitor, experiências e práticas em brincadeiras e jogos do mundo todo. 

– Livro “Amar e Brincar: Fundamentos esquecidos do humano”, de Humberto R. Maturana e Gerda V. Zoller (Editora Palas Athenas):
As relações mãe-filho e os fundamentos da democracia a partir da noção de biologia do amor permeados pela expressão afetiva e lúdica são os temas essenciais tratados nesta obra, reconhecidos de maneira inédita a partir deste enfoque revelador, juntamente com o panorama das origens da cultura patriarcal europeia que culmina na profunda ignorância do que são os direitos humanos.

– Livro “A Exaustão No Topo da Montanha – Uma jornada de reconexão com outros ritmos da vida e com o que é essencial”, de Alexandre Coimbra Amaral (Editora Paidós):

Você tem em suas mãos um livro que traz a Exaustão como uma personagem viva, que se preocupa com o quanto estamos adoecidos e vivendo dias que consomem o melhor de nós. Alexandre Coimbra é um psicólogo que escreve com a alma na ponta dos dedos. Depois de recebermos cartas dos sentimentos em seu livro de estreia, agora acompanhamos a história da Exaustão, numa jornada íntima de reflexões da sua ação sobre a vida contemporânea. Afinal, como transformar uma vida exausta? É possível esperançar um novo panorama, mesmo diante de um fenômeno tão presente em nossos dias? Leia este livro como um cuidado a você, que está cansada ou cansado de tamanha exaustão. No tom poético e sempre esperançoso com que Alexandre fala das questões mais complexas da condição humana, você se sentirá no amparo e no embalo dos melhores abraços, sobretudo aqueles que parecem desaparecer diante dos cansaços que se acumulam ao longo dos dias. “As palavras de Alexandre tem o poder de dar ao leitor o dom do discernimento e da compaixão. Ler seu mais novo livro é ser submetido a uma mutação alquímica inteiramente espiritual. É um processo de cura, por meio do qual Alexandre devolve confiança para todos os que estão no topo da montanha, a fim de que possam contemplar os meandros do seu coração partido e fazerem as pazes com o tempo e com o ritmo primitivo do seu corpo. o livro é um mapa para uma jornada de reconciliação consigo mesmo. Use-o sem moderação.

– Filme “Noites de Cabíria” (1957), de Federico Fellini:

A prostitua Cabíria (François Périer) vaga pelas ruas de Roma em busca do amor verdadeiro. Durante suas aventuras, ela conhece diversos pretendentes, mas passa por muitas desilusões. Mesmo assim, ela segue otimista de que um dia vai encontrar seu par perfeito. Dirigido por Federico Fellini e vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e da Palma de Ouro.Disponível no Telecine Play;

– Filmes do ator e cineasta francês Jacques Tati. Disponível em diversas plataformas;

– Documentário “Tarja Branca” (2014), dirigido por Cacau Rhoden (convidado do episódio #40):

As brincadeiras infantis fazem parte de nossa formação social, intelectual e afetiva. Por elas nos socializamos, nos definimos e introjetamos muitos dos hábitos culturais da vida adulta. Todos brincamos na infância e no brincar fomos livres e felizes. Mas será que ainda carregamos essa subjetividade brincante e cultura lúdica vivas dentro de nós? Será que a criança que fomos se orgulharia do adulto em que se transformou? Um filme sobre um espírito lúdico que todos nós temos e que o sistema fez com que, ao ficarmos adultos, abandonássemos. O filme ganhou prêmio no Festival de Toronto e ficou onze semanas em cartaz nos cinemas, o que é um sucesso imenso para um documentário. Disponível gratuitamente numa plataforma gratuita (infelizmente, ainda pouco divulgada), que é o Video Camp, que traz inúmeros filmes e documentários brasileiros que valem muito a pena assistir e conhecer, e também no Amazon Prime Video;

Paulo Azevedo indicou:

– Filme “O Palhaço” (2011), de Selton Mello:

Benjamim (Selton Mello) e seu pai Valdemar (Paulo José) formam a fabulosa dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue. Benjamim é um palhaço sem identidade, CPF e comprovante de residência. Ele vive pelas estradas na companhia da divertida trupe do Circo Esperança. Mas Benjamim acha que perdeu a graça e parte em uma aventura atrás de um sonho. Venha rir e se emocionar com este grande espetáculo.Disponível no Vivo Play, Telecine Play, entre outros;

– Filme “Patch Adams – O Amor é Contagioso” (1998), de Tom Shadyac:

Em 1969, após tentar se suicidar, Hunter Adams (Robin Williams) voluntariamente se interna em um sanatório. Ao ajudar outros internos, descobre que deseja ser médico, para poder ajudar as pessoas. Deste modo, sai da instituição e entra na faculdade de medicina. Seus métodos poucos convencionais causam inicialmente espanto, mas aos poucos vai conquistando todos, com exceção do reitor, que quer arrumar um motivo para expulsá-lo, apesar dele ser o primeiro da turma. Disponível no Star Plus;

Série “Por Uma Educação Antirracista” (2021), com direção e roteiro de Shirlene Paixão:

Idealizada pelo Instituto Alana e produzida pela Maria Farinha Filmes, a produção conta com cinco capítulos, que serão exibidos ao longo desta semana tanto no YouTube, quanto no canal do GNT na televisão,  e convida negros, indígenas, orientais e brancos de todas as idades a se engajarem e modificarem as práticas educacionais para uma perspectiva antirracista. Em cada episódio, apresentamos uma família, um especialista e um facilitador, que é como chamamos os professores, seguindo a linha da educação antirracista: sem hierarquias, eles são os mediadores nos espaços escolares. Disponível no Youtube e no GNT.

almasculina é feito por:

Idealização, roteiro, edição e apresentação: Paulo Azevedo (@pauloazevedooficial).

Trilha sonora original e mixagem: Conrado Goys (@conza01).

Identidade visual e arte: Glaura Santos (@glaurasantos).

Fotos: Vitor Vieira (@vitorvieirafotografia).

Realização: Comcultura (www.comcultura.com.br).

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